O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira que a taxa básica de juros, a Selic, será mantida no patamar de 11% ao ano. A decisão era aguardada pela maioria dos analistas.
A Selic passou por um ciclo de nove altas seguidas, até abril, quando foi ajustada para 11% ao ano. Em maio, o aperto monetário foi interrompido e a taxa também foi mantida nas reuniões de julho e desta quarta-feira. Os diretores do BC se reúnem a cada 45 dias para decidir o patamar da taxa Selic.
Mecanismo
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, que causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
Ao manter a Selic no mesmo patamar, a sinalização é que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia. O BC tem reiterado que os efeitos de alta da taxa básica se acumulam e levam tempo para aparecer.
O BC persegue a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional. O centro da meta é 4,5% ao ano, com teto limite de 6,5%. Pesquisa mais recente do BC com economistas do mercado financeiro estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, feche o ano com alta de 6,27%.
Num período de 12 meses encerrados em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, acumula alta de 6,5%, exatamente o teto da meta do BC.
Na próxima semana, o BC divulga a ata da reunião, com as explicações sobre a decisão.