O ano terminou com a economia em recessão e uma percepção de piora no ambiente de negócios cada vez maior que têm afetado a confiança dos prestadores de serviços. O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) registrou 40,03 pontos, em dezembro, – o maior da série iniciada em maio de 2015- e segue abaixo do nível neutro de 50 pontos, mostrando que a maior parte dos micro empresários continua pessimista com o ambiente econômico do país. 40,38% dos empresários se dizem pessimistas em relação a expectativa da economia nos próximos seis meses.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o momento econômico e político não inspira otimismo."A inflação reduz o poder de compra do consumidor, impactando diretamente o consumo das famílias e, consequentemente, o faturamento das empresas".
Também foi avaliado no Indicador de Confiança que, para os empresários entrevistados, as perspectivas para a evolução da economia são mais pessimistas do que as perspectivas para os seus próprios negócios. Esse resultado é recorrente, evidenciado em todas as sondagens ao longo do ano passado. Para 83% dos microempresários, a economia piorou nos últimos meses
Quanto ao futuro, o Indicador de Expectativas – apurado em duas dimensões, a da economia e a dos negócios – registrou 50,29 pontos, em dezembro, ligeiramente abaixo do valor observado no mês anterior (50,82). Como nos meses anteriores, as expectativas com os negócios superam as expectativas com a economia. No primeiro caso, foram registrados 54,97 pontos; já no segundo caso, 45,61 pontos. "A maioria relativa dos empresários, 43,88%, expressa confiança com relação aos negócios. Essa proporção diminui quando se considera a economia: 29,25% se dizem confiantes para os próximos seis meses, contra 40,38% que se dizem pessimistas", analisa o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Para 33,6% dos entrevistados que manifestaram confiança em relação ao futuro de seus negócio, o principal motivo mencionado é que a economia irá se recuperar, com queda da inflação, aumento das vagas de emprego e também das vendas. Outros 24,5% não sabem exatamente o porquê estão confiantes, mas dizem ter "um sentimento de que as coisas vão melhorar".
Já entre os que têm confiança em relação à economia, as principais razões são a crença de que a crise política será resolvida, citada por 37,6% dos MPEs, e a percepção de que o país tem um forte mercado consumidor, citada por 30,3% dos entrevistados. "Ainda que os prognósticos de especialistas sugiram mais um ano de crescimento negativo do PIB em 2016 e umambiente econômico adverso, uma quantidade considerável de micro e pequenos empresários está relativamente confiante com relação aos seus negócios", afirma Pinheiro. "Isso pode ser explicado pelo fato de que muitos acreditam que uma gestão eficiente de seu próprio negócio pode ajudá-los a enfrentar as dificuldades impostas pela crise", explica.
Metodologia
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios "pioraram muito"; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais "melhoraram muito".
A informação é da assessoria.