Para o governador Blairo Maggi o país precisa de uma nova política agrícola que trate com respeito quem trabalha e produz. “Que seja uma alternativa duradoura para os produtores rurais que têm vergonha de, a cada quatro ou cinco anos, ter que bater à porta do Governo Federal para pedir renegociação e parcelamento das dívidas”, enfatizou, falando para um público de aproximadamente 500 pessoas, entre comerciantes e empresários agropecuaristas, em um evento em Rondonópolis.
Segundo Maggi, os problemas, que o campo está enfrentando atualmente com o endividamento dos produtores, já chegaram às cidades. “Nunca se viu tantas demissões no setor de máquinas e equipamentos agrícolas. Essa situação nunca se viu na história”, afirmou. O governador salientou ainda que o Governo Federal privilegia o sistema bancário e a especulação financeira em detrimento da produção. Maggi lembrou que as dívidas dos produtores estão relacionadas à política cambial. Ele exemplificou destacando que há alguns anos o litro de óleo diesel custava trinta e cinco centavos de dólar e hoje custa um dólar.
Segundo ele, o impasse na questão do repasse pelo Governo Federal da compensação pelas exportações como determina a Lei Kandir não prejudica somente Mato Grosso, mas todos os Estados produtores, como são os casos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Sobre o tema, ele propôs a continuidade da mobilização dos governadores que exigem o repasse correto dos recursos.
De acordo com o governador, é necessário que se elabore um novo pacto federativo com uma nova estrutura administrativa. “O Estado de Mato Grosso repassa ao Governo Federal mais do que recebe dele. Nós pagamos R$ 700 milhões, cerca de 22% da nossa receita e recebemos pouco mais de R$ 200 milhões. Existem hoje órgãos do Governo federal, estadual e municipal que realizam o mesmo trabalho, encarecendo as despesas da máquina pública. É preciso que se mude isso a partir de um novo pacto federativo”, destacou. Maggi.