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Maggi diz a Lula que ministra trava agronegócio

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A permanência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no governo começou a ficar difícil após um churrasco gaúcho numa fazenda de soja em Sapezal, a 480 quilômetros de Cuiabá, no último dia 20 de novembro. Enquanto oferecia pedaços de carne de boi e carneiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o churrasqueiro e governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, argumentava que a atuação de Marina era um entrave ao agronegócio e às obras de infra-estrutura.

A conversa do governador, um dos novos aliados fiéis do presidente, encontrou terreno fértil. Maggi não foi o primeiro a reclamar dos problemas causados pela área de meio ambiente às obras de infra-estrutura no País e o próprio presidente acabou sendo convencido de que alguma coisa teria que mudar, incentivado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. As duas teriam já discutido por conta das atuações do Ibama, consideradas lentas pela ministra da Casa Civil.

No dia seguinte ao churrasco, ao inaugurar com Maggi uma usina de biodiesel em Barra do Bugres (MT), Lula disse em discurso que tinha “entraves” para resolver com ambientalistas, índios, quilombolas e o Ministério Público. O discurso animou o governador de Mato Grosso, acusado por entidades do meio ambiente de incendiar as florestas do Estado.

Uma nota assinada por 51 representantes de organizações não-governamentais representadas no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) repudiou o discurso. “A declaração causa-nos profunda indignação”, escreveram os ambientalistas. A nota, lida em uma sessão do Conama em que Marina e seu secretário-executivo, Cláudio Langone, estavam presentes, piorou a situação.

Em conversas internas, a ministra – mesmo não tendo assinado a nota – foi criticada por ter deixado as críticas ao presidente se tornarem públicas. Do lado de Marina está o vice-presidente e antigo colega de Senado dela, José Alencar. “Tenho por ela a maior admiração”, afirmou ele em entrevista hoje. “É claro que há determinados entraves que precisam ser resolvidos, porém, dentro da lei”, acrescentou. “A gente tem de respeitar o meio ambiente.”

Alencar evitou comentar sobre a suposta briga envolvendo Dilma e Marina. “Isso ai não é questão minha, estou falando agora como cidadão”, se esquivou. O vice, no entanto, deixou claro que apóia a ministra do Meio Ambiente. “Sempre estive ao lado dela por razões óbvias”, destacou. “Ela é uma grande brasileira, e tem condições excepcionais de ajudar o Brasil na preservação do meio ambiente, sem prejuízo para o crescimento.”

Enquanto a situação difícil da ministra no governo vem a público, o Palácio do Planalto já começa a estudar uma maneira de trocar a ministra com o menor trauma possível. Há pouco mais de um ano, a própria Marina revelou que desistiu de concorrer ao governo do Acre por conta de uma promessa do presidente de que teria liberdade para tocar o planejamento ambiental do País sem interferências. Mas é justamente essa liberdade que hoje o Planalto quer rever.

No entanto, o afastamento de Marina não deve custar barato. A possibilidade de afastamento da ministra, como revelou o Estado no último domingo, já começou a causar preocupações até mesmo em organizações ambientais fora do País. Apesar de não ter um desempenho considerado satisfatório, a ministra ainda é vista como um símbolo da luta pela preservação. A imagem do Brasil que já não é boa, pode ficar pior.

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