A confirmação do secretário de Meio Ambiente, Marcos Machado, que a SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente- não tem amparo legal para fazer, ainda este ano, a liberação de planos de manejo para as indústrias madeireiras do Nortão, caiu como um balde de água fria nos industriais madeireiros.
Machado informou, em entrevista exclusiva ao Só Notícias, que a Sema vai receber os projetos de planos de manejo (indispensáveis para retirar matéria prima das florestas), mas as autorizações serão somente a partir de janeiro, porque é necessário que a Assembléia Legislativa aprove a lei estabelecendo os critérios para extração de toras e outros procedimentos e depois a lei ainda precisa ser sancionada pelo governador.
Jaldes Langer, presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso), disse que a expectativa dos madeireiros era que a Sema começasse a liberar aqueles projetos que estão dentro das normas exigidas ainda em dezembro.
“Eu entendo que é preciso respeitar essa questão dos trâmites legais, mas acredito que o Estado deve agilizar o quanto antes possível, porque a situação está insustentável. As prefeituras estão perdendo arrecadação, o comércio está perdendo em vendas e as demissões estão crescendo cada vez mais”, afirmou.
Segundo Langer, muitas indústrias não devem suportar até janeiro, pois já não tem mais matéria-prima. “A situação é delicada. Estamos enfrentando problemas graves há mais de 6 meses. Muitas empresas já fecharam totalmente, outras desativaram alguns setores, outras diminuíram a produção”, explicou.
A garantia que o secretário deu de que haverá autorização imediata para extração de 30% da quantidade de toras solicitada para extração para os projetos que atendam completamente a legislação, foi bem recebida pelo presidente do Sindusmad. “Se isto acontecer, vai ser muito bom, porque antes tínhamos que aguardar a análise completa do projeto para começar a extrair”, disse Jaldes.
“Mas estes 30% que deveremos autorizar é em cima do talhão anual e desde que o projeto de manejo esteja formalmente e legalmente comprovado. Os que foram encaminhados incompletos ficarão suspensos”, garantiu Machado, ontem, ao Só Notícias.
Muitas madeireiras estão em situação critica pela falta de matéria prima. Desde que foi deflagrada a Operação Curupira (que prendeu envolvidos em fraudes ambientais) , em junho,o Ibama liberou pouquíssimos documentos para as madeireiras trabalharem. Faltam técnicos para analisar e despachar os planos e as madeireiras ficam de mãos amarradas não podendo extrair toras. As poucas empresas que ainda estão trabalhando – com menos de 40% de sua capacidade- é que estavam com estoques de toras antes do período crítico iniciar.