A comercialização de madeira industrializada no Nortão para o mercado externo teve retração entre janeiro a abril. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso, Gleisson Omar Tagliari, as exportações caíram cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. A instabilidade política e a alta do dólar frente à moeda brasileira são os principais fatores nas negociações do primeiro quadrimestre do ano. "Nós vivemos um momento econômico não muito propício ao setor de base florestal, assim como entendemos para toda economia. Tínhamos um visão bastante positiva e uma alternativa ao mercado interno, era a exportação com câmbio bastante favorável. Mas, esta oscilação do dólar causa um transtorno muito grande, porque se faz todo um planejamento em cima de um determinado valor de câmbio. O momento está muito difícil para que possamos começar a nossa safra de madeira", declarou ao Só Notícias.
"A gente espera que se definam as questões políticas para que as questões econômicas possam dar um encaminhamento. É o que nós precisamos. As questão políticas estão inibindo todos os investimentos na parte econômica do setor de base florestal que recebe o primeiro impacto da construção civil, setor para o qual vendemos bastante. A construção civil desaquecida o nosso setor é um dos primeiros a sentir os reflexos da economia em baixa. Entramos em um ritmo bem mais devagar do que o esperado até por conta da situação econômica", acrescnetou.
O presidente do Sindusmad explicou que os custos fixos das empresa têm se mantido dentro de uma variável de 10% com a instabilidade do câmbio, que considerou 'significativo para os negócios'. "Se consegue trabalhar um determinado valor, mas em questão de 20 a 30 dias você reduz a sua perspectiva de receita em torno de 5% a 10%. Então, é um valor significativo. Hoje nós vemos a exportações um dos mais aliados do setor de base florestal, no sentido de que o empresário possa agregar valor e ter uma outra alternativa no mercado. Ampliando as exportações, a gente abre um espaço no mercado interno para que as demais empresas também tenham uma menor demanda de produtos e possam equacionar junto com a oferta que hoje é reduzida e os dois setores possam crescer paralelamente".
O presidente do Sindusmad destacou ainda que tem aumentado as dificuldades econômicas das empresas. "A dificuldade de investimento é maior hoje. A instabilidade da questão ambiental que nós vivemos precisa ser definida, algumas regras ambientais para que possamos ter segurança e matéria prima para trabalhar. Realmente são poucas as empresas, no momento de dificuldade, que conseguem alcançar as alternativas dos produtos e de mercado. Vai depender muito do planejamento de cada uma delas", concluiu.