As exportações de madeira na região de Sinop, maior pólo da produção no Estado, continuam baixas. No ano passado, no setor de compensados, as exportações caíram cerca de 80%. Neste ano, de acordo com o vice-presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras), José Eduardo Pinto, algumas empresas de grande portes pararam de exportar compensados ou estão trabalhando com 30% de sua capacidade.
“No setor madeireiro em geral, as empresas operam com 30 a 40% de sua capacidade. A entrada da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (para gerenciar o setor ambiental ) que dá condições maiores das empresas trabalharem, ainda está iniciando”, disse ele. A economia, como um todo, segundo o vice-presidente, não está entusiasmando o madeireiro a aumentar a produção.
O ano de 2005 fechou com um déficit de 4,53% nas exportações de madeira. Neste primeiro trimestre, o setor já amargava um déficit de 26,20%, com um montante de 34,861 milhões, contra 47,238 milhões no mesmo período do ano passado. Em 2004, a exportação de compensados do municípios de Sinop chegou a US$ 32.800.654 e esse volume de negócios foi reduzido a US$ 21.637.926 no ano passado. A queda se deve à crise que assolou o setor madeireiro depois de ser deflagrada a operação Curupira. A queda nas exportações foi principalmente no segmento de madeira perfilada e objetos de madeira.
No setor de compensados, o que causou a maior queda nas exportações do ano passado, foi a falta de matéria-prima, atrelada aos preços baixos. “Hoje, o dólar continua baixo, porém o preço teve uma reação. Há 6 meses atrás, a gente pagava para trabalhar com o compensado, com um custo operacional muito alto”, afirmou ele.
A produção baixa gera uma demanda maior, o que ajudou a elevar o preço no mercado internacional. “Podemos dizer que o setor madeireiro foi beneficiado com a entrada da Sema, mas ainda está muito no início. A rentabilidade continua ruim e o empresário madeireiro não tem motivação”, desabafa o empresário.
Ele destaca que o Sindusmad – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso – está buscando alternativas para incentivar o setor, mas com certeza ainda vai levar algum tempo para o setor se reestruturar. “Á nível de Estado, temos uma carga tributária muito alta. É ICMS, Fethab, classificação, tributos que em outros estados do Brasil não tem ou são mais baixos. A nossa carga é o dobro do Pará. Aliada ao frete, é o que prejudica a nossa competitividade”, disse José Eduardo.
Apesar de todos os problemas do setor, que não puderam escoar a produção na semana passada, ele garantiu que os madeireiros mantém o apoio ao movimento deflagrado pelos produtores rurais.