A visita de autoridades representativas de outros países em cidades do interior de Mato Grosso, a exemplo da ocorrida semana passada, em Lucas do Rio Verde, quando a embaixadora da Noruega no Brasil Turid Rodrigues Eusébio, conheceu os trabalhos desenvolvidos para promoção do desenvolvimento sustentável, pode acenar para um futuro promissor, com parcerias entre os governos. Esta é a avaliação da presidente da Câmara Setorial do Meio Ambiente no Consórcio Ambiental de Desenvolvimento Regional Alto Teles Pires – Cidesa – e secretária de Agricultura em Lucas, Luciane Copetti.
Mesmo não firmando projetos que eventualmente poderiam ser realizados entre Noruega-Nortão, para a presidente a vinda da diplomata serviu para desmistificar uma realidade atribuída ao interior brasileiro. “Ela [embaixadora] tinha uma imagem como lugar pobre, sofrido, de pessoas que não tinham acesso a qualidade de vida. Por meio de sua visita, a Noruega terá outra impressão da região e do interior com certeza”, falou, ao Só Notícias.
A visita cordial pode render frutos, tanto que Turid Rodrigues, já teria acenado para um possível retorno à região. Noruega e Brasil compartilham de uma mesma opinião – que o desenvolvimento e o meio-ambiente devem caminhar lado a lado. No que tange à produção de alimentos, da mesma forma. “Não basta apenas preservar”, reiterou Copetti, que também é secretária de Agricultura em Lucas do Rio Verde.
Como representante do Cidesa, que agrega 13 cidades do Norte do Estado, onde vivem cerca de 250 mil pessoas, área em torno de 8,3 milhões de hectares, Luciane Copetti lembrou que os benefícios a serem pensados no que se referem a futuras parcerias devem se estender e não ficarem restritas a um município apenas.
“Não falamos apenas em nome de Lucas, mas sim do consórcio. Ressaltamos que esta é uma região que tem vontade em fazer ações voltadas ao meio-ambiente, porém, sem esquecer do princípio básico das pessoas que para cá vieram, que é produzir”, considerou.
A filosofia também é compartilhada pela embaixadora da Noruega, que em Mato Grosso teve a oportunidade de presenciar, in loco, cidades com forte potencial agrícola. “Ela deixou claro desde o início que é adepta à produção e que o meio-ambiente também deve caminhar junto”, reiterou a presidente da câmara.
Brasil e Noruega já estreitam relações internacionais. Tanto que este país foi o primeiro a doar algo em torno de US$20 milhões ao Fundo da Amazônia, criado pelo Governo Federal com o objetivo de captar recursos para ações de preservação da floresta. O investimento atinge principalmente os Estados do Acre, Pará e Mato Grosso.
“Os municípios devem procurar, por meio da gestão pública, auxiliar os governos [em ações de preservação”, concluiu Luciane.
No roteiro de visita da embaixadora estiveram ainda Cuiabá, Barra do Bugres, Nova Mutum, além de outras cidades.