O processo de implantação de bacia leiteira na região de Lucas do Rio Verde, por meio da Cooperativa Agropecuária e Industrial Luverdense (Cooagril), está em fase de busca de parceiros para implantação do complexo industrial. O presidente Paulo Sérgio Franz conversou recente com investidores Chineses no intuito de buscar parceiros para construção do laticínio, que terá capacidade de processar 1 milhão de litros por dia. Atualmente, representantes da Cooagril conversam com um grupo estrangeiro e outro nacional. “A atual situação financeira mundial tornou as negociações mais lentas, mas estão em andamento”, disse, ao Só Notícias, o gerente administrativo, Carlos Bor.
Em setembro, foi feito o lançamento do projeto para difundir a idéia entre os associados, pecuaristas e agricultores. Implantar e fomentar uma nova atividade no campo animou os fazendeiros. “Estamos conversando com produtores de Lucas, Nova Mutum, Tapurah, Sorriso, São José do Rio Claro, entre outros municípios da região. Cerca de 150 já se informaram e poderão aderir ao projeto”, diz.
A intenção da cooperativa é chegar ao plantel de 70 mil vacas em base territorial de 150 quilômetros de distância. “Poderemos ter células de produção até um pouquinho mais longe, desde que tenha bastante leite para compensar o frete”, informa. A meta é produzir diariamente 1 milhão de litros em até 7 anos. “A Cooagril quer fomentar a bacia leiteira através de volume de produção”, completa o gerente.
O processo de formação do plantel e instalação da unidade de processamento levará pelo menos um ano. A direção acredita que o sucesso do negócio virá com a integração da produção com outras atividades. Quem produz suíno, por exemplo, terá a matéria orgânica para adubar o pasto. Com adubamento e irrigação o pasto suportará o ano todo, mantendo a produção leiteira.
Matrizes das raças Holandesa e Girolanda formarão o plantel. Inicialmente seriam trazidas novilhas ou terneiras de regiões com tradição em produção de leite e, posteriormente fazer transferência de embriões. Levantamentos preliminares apontam que a raça escolhida pode ser a Holandesa, que seria trazida do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Hoje, a produção em Lucas e cidades circunvizinhas é algo em torno de 50 mil litros/dia. O preço pago ao produtor gira em R$ 0,50 por litro. Com produção em quantidade e qualidade, esse preço passaria dos R$ 0,55 podendo chegar até R$ 0,60. A rentabilidade, comparada com outras culturas, anima os interessados, visto que, depois do projeto implantado, a renda por hectare é maior que a da soja, por exemplo.
Outro fator positivo será a geração de empregos. Para cada módulo de 200 vacas é necessário 5 pessoas para manuseio. Considerando que a Cooagril pretende fazer parceria com aproximadamente 3,5 mil empreendedores, estima-se que cerca de 17 mil pessoas, entre produtores e empregados, estariam gerando renda através da bacia leiteira.
A cooagril tem 18 anos de fundação. Começou as atividades com 21 produtores rurais que deram inicio ao primeiro programa integrado de criação de suínos (suinocultura) de Mato Grosso. Os associados venceram, na década de 90, vários desafios de logística. Os suínos eram levados vivos para abate em outros Estados, por exemplo, pois não havia frigoríficos na região. No final de 2005, estava com 9.5 mil matrizes fêmeas alojadas com abate de 1.8 mil animais dia. Hoje, as atividades da cooperativa são baseadas em produção de ração animal e transporte de animais para um complexo frigorífico recém instalado no município.