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Juros reais devem demorar mais a cair

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Em seu maior nível em dois anos, os juros reais brasileiros devem demorar para recuar de forma mais consistente. Mesmo que a taxa básica da economia esteja para entrar em um ciclo de reduções a partir de hoje, a baixa dos índices de inflação acabam por minar parte desse efeito.

Os juros reais são obtidos descontando da taxa atual as projeções futuras ou os dados correntes de inflação.

Considerando a atual taxa básica (Selic, de 19,75% anuais) e a projeção do mercado para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos próximos 12 meses, os juros reais brasileiros estão em 14,27%.

Se o Copom reduzir a Selic hoje para 19,50%, como espera a maioria do mercado, o juro real irá para 14,03%, continuando em seu mais elevado patamar desde agosto de 2003.

“Os juros reais são absurdos. Não há sentido continuarem em níveis tão elevados. Acabam apenas segurando a economia”, diz Adolpho Nardy Filho, diretor de operações e finanças do banco Cruzeiro do Sul.

O Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) define hoje como fica a taxa Selic. A expectativa predominante é de que os juros caiam 0,25 ponto percentual. Mas há quem aposte em uma redução de 0,50 ponto.

O diretor do Cruzeiro do Sul está entre os que vêem possibilidade de a taxa Selic ser reduzida para 19,25%.

O Brasil assumiu a liderança do ranking dos países com maiores juros reais do planeta em janeiro deste ano, quando passou a ter taxa de 11,9%.

Os últimos dados levantados pela consultoria GRC Visão mostraram que a segunda colocada, a China, tinha taxa real de apenas 5,96% ao ano, e o México, terceiro colocado, juros de 5,42%.

Na hora de planejar seus investimentos, o empresariado está mais interessado na evolução dos juros reais que na variação da Selic. Quanto mais altas ficam as taxas reais, menos os empresários tendem a investir.

Relatório feito pela Modal Asset, dirigida pelo economista Alexandre Póvoa, prevê que o Copom reduzirá a Selic de 19,75% para 19,50%. No caso de isso não ocorrer, a instituição acha mais fácil os juros serem mantidos do que serem cortados em 0,50 ponto percentual.

“Dado que não enfrenta nenhuma pressão em termos de queda de atividade e contas externas, o BC poderia até se dar ao luxo de aguardar mais um mês para que o “processo de desinflação” em curso possa se estender até outubro”, diz a Modal Asset.

Em baixa

No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o dia foi de grande movimentação. O número de contratos DI (Depósito Interfinanceiro, que mostra as projeções futuras para os juros) que trocaram de mãos subiu 46,9% e alcançou os 802 mil papéis.

As taxas recuaram um pouco, mostrando que a manutenção da taxa Selic amanhã seria uma surpresa para os investidores, provocando certa correria no mercado na quinta-feira.

No contrato DI que vence daqui a um ano, a taxa projetada recuou de 17,88% na segunda-feira para 17,80%.

Para o fim do ano, a projeção média dos bancos é de que a taxa básica estará em torno dos 18% anuais.

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