A Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) investirá este ano R$ 73,5 milhões em obras de engenharia, troca e acréscimo de equipamentos que reforçarão e vão melhorar o sistema de transmissão de energia elétrica em Mato Grosso. As obras são construídas nas subestações de Rondonópolis, Cuiabá, Nobres, Nova Mutum, Sorriso, Sinop e Jauru. E entre elas está uma que possibilitará a ampliação da capacidade de Mato Grosso em exportar energia da usina hidrelétrica de Dardanelos (260 mega watts) para o Sistema Interligado Nacional (SIN). “Nesse grupo de obras temos a ampliação da subestação da Eletronorte em Nova Mutum. Lá estão sendo feitas construções que permitirão a conexão entre as linhas de nossas subestações e a que está sendo construída em Brasnorte, pelo consórcio Brasnorte Transmissora de Energia. Praticamente estamos construindo uma nova estrutura, pois a que tínhamos era muito simples e servia apenas para rebaixar a tensão para encaminhar energia para a distribuidora”, afirma o gerente de Obras da Eletronorte em Mato Grosso, o engenheiro Hélio Monti.
O gerente lembra que lá serão construídos barramentos, que são estruturas onde as linhas de transmissão de energia elétrica são conectadas e que permitem que sejam feitas manobras para proteger as linhas e os equipamentos, para dar manutenções e mesmo desligar trechos do sistema. Além da instalação dos barramentos, um novo transformador de 30 MVA será instalado e dobrará a disponibilidade de energia à população local. Até o momento a subestação de Nova Mutum tem apenas uma linha que acessa um transformador, responsável por baixar a tensão de 230 kV, para que a Eletronorte disponibilize a energia em 138 kV para a distribuidora. Individualmente as obras de Nova Mutum consumirão R$ 22,9 milhões.
Para o gerente da Divisão de Operação, José Martins do Prado, as obras representam o aumento de confiabilidade e flexibilidade para o sistema. Com as mudanças em Nova Mutum ele ressalta que os impactos inesperados ou programados das interrupções na transmissão de energia serão “substancialmente” minimizados. Ele lembra que toda a configuração da linha Nobres/Sinop será melhorada com seccionamentos que permitirão maior capacidade de manobras e operações. “Após essas mudanças estaremos preparados a partir de 2010, com a linha Brasnorte/Nova Mutum, para abastecer ao menos 350 mil habitantes do Nortão de Mato Grosso com uma linha alternativa. Hoje temos apenas o caminho Nobres/Sinop, mas com essas mudanças, além de termos um novo caminho para o fluxo de energia, teremos também maior flexibilidade a partir de Nova Mutum, com o seccionamento da linha em Sorriso”, informa.
Outra alteração ressaltada por Hélio Monti beneficiará 70% da população de Mato Grosso com a instalação de outros dois transformadores, cada um de 100 MVA, na subestação do Coxipó. Com eles a subestação chegará ao seu limite máximo de transformação, em 500 MVA, e poderá devolver os dois equipamentos (um de 100 e outro de 55 MVA) que vieram de Rondônia em situação de emergência, quando a térmica de Cuiabá deixou de gerar. Dos novos, um entra em operação ainda este ano e o outro em 2010.
O engenheiro lembra que as obras estão sendo feitas pelas empresas WEG, Engepar, Thoshiba e Santa Rita. Essas empresas são responsáveis pela concepção do projeto de engenharia, pelo fornecimento de equipamentos e pela construção. Todas as obras foram autorizadas pela Agência Nacional Energia Elétrica (Aneel), que assim elas estiverem prontas e em uso, fará a remuneração da Eletronorte pela operação das linhas, dos equipamentos e das subestações.