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Indústria defende apoio ao setor agrícola para enfrentar crise de alimentos

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O coordenador do departamento de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Denis Ribeiro, defendeu hoje, em São Paulo, que o governo apóie o setor produtivo. “Tudo gira em torno do alimento, tem que trabalhar em conjunto com a produção agrícola que é o básico”, disse ao comentar o anúncio feito ontem, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes de que os investimentos do Plano Agrícola passarão de R$ 58 bilhões para R$ 65 bilhões, na safra 2008/2009.

“Quando o governo reconhece que há uma inflação mundial de alimentos e que isso ocorre também no Brasil, sabe que uma parte [da inflação] é nossa, mas boa parte é problema de inflação importada. A inflação importada vem do petróleo que pega o fertilizante e nós dependemos de fertilizante importado. Isso aumenta custo de produção”, explicou.

Segundo Denis Ribeiro, houve também problemas com a cotação de commodities agrícolas e minerais por parte da demanda. Do lado da oferta, ele avaliou que houve inflação importada, principalmente, dos EUA com o desvio do etanol derivado do milho, o que fez com que os preços explodissem e repercutissem nos derivados.

Ribeiro reforçou que há um problema de desbalanceamento de oferta e procura da produção agrícola, com baixos estoques mundiais de grãos, o que fará com os preços se mantenham altos por quatro ou cinco anos.

“Não vai se resolver isso em um ano. E o Brasil tem um espaço muito grande para aumentar sua produção agrícola e se tornar um exportador ainda maior de alimentos. O governo está muito certo em disponibilizar mais recursos para a agricultura. O governo está na linha certa porque a pressão em preço de alimento continua, e isso é um problema mundial”, concluiu.

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