Em janeiro de 2007, a inadimplência das empresas aumentou. Segundo o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Jurídica, a alta observada foi de 9,9% em relação a dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro de 2006, também houve alta na inadimplência das pessoas jurídicas. O indicador apontou crescimento de 9,6%.
Os títulos protestados voltaram a ocupar o primeiro lugar na representatividade da inadimplência das empresas, medida pelo Indicador Serasa, com 39,6% de participação, em janeiro de 2007. No mês anterior (dezembro), os protestos tiveram peso de 39,2%. Em segundo lugar ficaram os cheques sem fundos com um peso ligeiramente inferior ao dos protestos, 39,0%, em janeiro deste ano. Os cheques sem fundos, no mês anterior, haviam registrado 39,3%.
Em terceiro lugar na representatividade do indicador, com participação de 21,4%, em janeiro, permanecem as dívidas com bancos, percentual ligeiramente abaixo do peso registrado em dezembro, de 21,5%. Em janeiro de 2007, o valor médio das anotações de títulos protestados das pessoas jurídicas ficou em R$ 1.387,31. Os cheques sem fundos registraram valor médio de R$ 1.170,38, e as dívidas com bancos atingiram R$ 4.040,29, em janeiro deste ano.
No primeiro mês de 2007, houve um aumento de 20,3% no valor médio das anotações das dívidas com bancos e de 1,6% no valor médio dos títulos protestados, em relação a janeiro de 2006. Já o valor médio dos registros de cheques sem fundos em janeiro de 2007 diminuiu 8,2% em relação a janeiro de 2006.
Argumentação
Segundo os técnicos da Serasa, a alta na inadimplência das empresas, nos períodos apurados, decorreu do grande aumento no crédito concedido às empresas em 2006, cujo crescimento foi de 22,1% no ano, superando as expectativas; da permanência dos juros elevados; da queda da rentabilidade das empresas exportadoras, devido ao real valorizado, e do mal dimensionamento das compras/estoques no último trimestre de 2006, para atender às demandas do Dia das Crianças e do Natal.
A concessão de crédito sem metodologia adequada associada ao elevado comprometimento da renda dos consumidores, com o pagamento das dívidas típicas de início de ano (compras de Natal, impostos, material e matrícula escolar e despesas com viagens) também contribuiu para o aumento na inadimplência das empresas. No entanto, para a Serasa, os indicadores atuais de inadimplência não indicam tendência.
Os indicadores de inadimplência serão influenciados favoravelmente com a prática do cadastro positivo sobre o crédito. Essa nova metodologia possibilitará o estabelecimento de políticas mais adequadas aos diversos tomadores de crédito, o que significará maior segurança nessas transações e, portanto, redução de custos e ampliação de recursos e abrangência, tanto para pessoa física quanto para jurídica.
O Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Jurídica, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com instituições financeiras.