A inadimplência das empresas brasileiras aumentou 8,2% no primeiro bimestre de 2007, frente ao mesmo período do ano passado, apontou o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Jurídica. O mesmo comportamento de alta foi verificado em fevereiro deste ano, na comparação com fevereiro de 2006. O crescimento no período foi de 6,5%.
Quando comparada a janeiro deste ano, no entanto, a inadimplência das empresas recuou 14,9%. A queda é justificada pelo menor número de dias úteis no segundo mês do ano, quando ocorreu o Carnaval.
Os títulos protestados lideraram o ranking de representatividade da inadimplência das pessoas jurídicas, em fevereiro de 2007, com um percentual de participação de 39,5%. No entanto, o peso dos protestos vem caindo a cada ano, em fevereiro de 2006, a participação havia sido de 40,5%.
Em segundo lugar ficaram os cheques sem fundos com uma participação muito próxima a dos protestos, de 39,0%, em fevereiro deste ano. Os cheques sem fundos, em fevereiro de 2006, tinham peso de 39,6% na inadimplência das empresas. O terceiro lugar na representatividade do indicador, com participação de 21,6%, em fevereiro de 2007, ficou com as dívidas com os bancos. O percentual foi superior ao registrado em fevereiro de 2006, de 19,9%.
No primeiro bimestre de 2007, o valor médio das anotações de títulos protestados das pessoas jurídicas ficou em R$ 1.399,30. Os cheques sem fundos registraram valor médio de R$ 1.158,88, e as dívidas com os bancos atingiram R$ 4.052,59, nos dois primeiros meses do ano.
Houve um aumento de 20,1% no valor médio das anotações das dívidas com bancos, no primeiro bimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado e de 1,5% no valor médio dos títulos protestados. Já o valor médio dos registros de cheques sem fundos nos dois primeiros meses de 2007 diminuiu 9,3% em relação a 2006.
De acordo com os analistas, a alta de 8,2% na inadimplência das empresas no primeiro bimestre de 2007 frente ao mesmo período de 2006 deveu-se à elevação da oferta de crédito concedido às empresas, que apresentou crescimento de 22,2% em fevereiro de 2007 em relação ao mesmo mês de 2006. Além disso, a valorização do real em relação ao dólar resultou em aumento da competitividade dos produtos importados e desaceleração das exportações, o que restringiu uma expansão maior da atividade econômica.
A concessão de crédito sem metodologia adequada e o elevado comprometimento da renda dos consumidores também contribuiu para a alta na inadimplência das empresas neste período. Cabe ressaltar que, a exemplo dos consumidores, as empresas também arcam com despesas maiores no início do ano.
O recuo da inadimplência registrado na relação de fevereiro de 2007 com janeiro reflete o menor número de dias úteis no último mês, por conta do Carnaval, o que promoveu um efeito-calendário no indicador.
Os indicadores de inadimplência serão influenciados favoravelmente com a prática do cadastro positivo sobre o crédito. Essa nova metodologia possibilitará o estabelecimento de políticas mais adequadas aos diversos tomadores de crédito, o que significará maior segurança nessas transações e, portanto, redução de custos e ampliação de recursos e abrangência, tanto para pessoa física quanto para jurídica.