Uma vergonha. Assim os indústriais madeireiros da regional do Ibama de Sinop, que atende a mais de 30 municípios, classificam a interrupção nos serviços que deixam de ser prestados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente em Sinop. Desde segunda-feira, o sistema operacional da regional não está funcionando. Uma fonte do Ibama informou ao Só Notícias que o motivo é simplesmente o não pagamento por parte do Ibama para a empresa prestadora de serviços, no caso, a Brasil Telecom.
Com isso, os servidores do órgão em Sinop estão praticamente parados. Os funcionários, sem o sistema, ficam impossibilitados de atender aos madeireiros que solicitam ATPFs ( guias para transporte de madeira). A procura diária para a emissão deste documento é de 20 a 25 empresas.
Também não são lançados os Planos de Manejo, documentos de processos ou qualquer outro procedimento habitual de competência do órgão. O gerente da agência regional de Sinop, José Geraldo Araújo, não quis se manifestar sobre a questão da falta de pagamento para a empresa, informando que é feito pela gerência estadual, em Cuiabá.
Segundo ele, já foi solicitado providências em Cuiabá, mas não há previsão de quando o sistema voltará a operar.
O presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte), Jaldes Langer, disse que isso é um reflexo do caos que o setor vem passando. “Isso deixa claro que somos acusados, mas o problema está do outro lado, nos órgãos que nos regulamentam, que estão quebrados. O Ibama está suacateado, sem condições de trabalho para os seus servidores. E não é de hoje. O Ministério do Meio Ambiente nunca deu amparo à sua gerência na região na amazõnia. Nós vamos tomar providências, jurídicas se for o caso, porque essa situação é inadmissível”, afirmou.
A empresária Terezinha Tomellin, que dirige uma das maiores madeireiras em Sinop, disse que as esperanças do setor se reerguer, com o bom andamento dos trabalhos no órgão, caíram por terra. “Essa situação é de deixar qualquer um desanimado. Uma semana sem atendimento é muito tempo. No nosso caso, estamos com vários projetos prontos para passar pela engenheira florestal, que o Ibama só tem uma para atender a todos, agora temos mais esse problema”, lamentou.
Só Notícias tentou obter respostas, via telefone, com o gerente estadual Paulo Mayer, mas a reportagem não foi atendida.