Os dados do boletim “Turismo em Números” mostram que o setor começa a se estabilizar depois do impacto do pós-copa e da crise econômica. Um dos exemplos está na taxa de ocupação dos hotéis em Cuiabá, que teve uma suave melhoria, representando um avanço em comparação aos dois anos anteriores quando houve redução. Em 2016, a média anual chegou a 53,99% e no ano seguinte, diminuiu para 52,26%. Já no ano passado, a porcentagem se recuperou e alcançou 55,13%.
Para Jefferson Preza, titular da secretaria-adjunta, em 2016 o cenário econômico não era favorável e os estabelecimento foram atingidos pela redução significativa da procura, o que resultou no fechamento de 6 empreendimentos de hospedagem, dos quais dois eram de grande porte. O fato se refletiu nos números de 2017.
Quem optou por reduzir além do sustentável, acabou amargando a falta de dinheiro para honrar com os custos e fechou as portas. Moreno lembra que apesar da queda da média anual, é bom analisar a diferença entre o segundo semestre de 2017 e 2018. Neste período, percebe-se uma leve recuperação monetária de R$182,14 para R$ 184,27. A expectativa é que esta recomposição dos valores continue no fechamento do primeiro semestre de 2019.
Mesmo com aperto de cintos, a empregabilidade conseguiu se manter, principalmente no segmento de alimentação, que segundo os últimos dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), relativos a 2017, empregava 16.786 pessoas. Um número positivo se for levado em consideração que no ano anterior foram 16.088 postos de trabalho. Em segundo lugar no rol de maiores empregadores está o setor de hospedagem, que tem 6.564 funcionários.
O Aeroporto Marechal Rondon teve um aumento no número de embarques em mais de 49 mil passageiros no ano 2018, o que corresponde a 3,3% positivo em comparação à 2017. Em relação aos desembarques, foram 98.934 passageiros a mais que no ano anterior, aumento de 7%. No fluxo total no aeroporto, houve um aumento de 5,15% entre os dois anos
O secretário-adjunto de Turismo explica que os números são essenciais para as melhorias no setor, bem como a elaboração de políticas públicas para o fomento das atividades. Ele argumenta que atualmente o trabalho ainda é acanhado porque precisa de investimentos. A proposta é transformar o “Turismo em Números” em um observatório do Turismo, estrutura que é disponível em vários estados.
No observatório, haveria uma equipe para copilar os dados vindos de diversas fontes e a partir daí, elaborar estatística e ofertar conhecimento em forma de indicadores para subsidiar quem atua em atividades relacionadas ao setor. Sendo assim, funcionaria como uma espécie de núcleo de inteligência e pesquisa. “O projeto está incluso no nosso programa de trabalho e por enquanto, ainda aguardamos a liberação de recursos para colocar em prática”.
Atualmente, as estatísticas ficam por conta do analista de Desenvolvimento Econômico e Social Leandro Carvalho de Lima. A base de dados são pesquisas nacionais e informações encaminhadas pela rede hoteleira e órgãos públicos. Lima esclarece que mesmo com todas as limitações, tenta sempre agregar novidades ao trabalho em cada uma das edições, que são semestrais e começaram a ser publicadas em 2015.
No último semestre, foram incluídos os números de visitantes em Chapada dos Guimarães. O dado é do Instituto de Conservação e Biodiversidade Chico Mendes (ICMbio), que fornece ao governo por meio de parceria. Ao todo, foram 179.709 visitantes no ano passado, sendo que o atrativo mais procurado foi o Véu de Noiva (179.709), seguido da Cachoeirinha e Cachoeira dos Namorados (33.869). Em 2017 e 2016, foram 170.884 e 158.365 turistas respectivamente.
Outra inovação, é a inserção dos dados do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) de Cuiabá. O quadro mostra os valores tributáveis e os impostos pagos pelo setor de hospedagem. Ao todo foram comercializados R$ 75 milhões. Deste montante, R$ 2 milhões foram arredados com impostos. Outros R$ 23 milhões foram empregados pelos turistas em agências de turismo, operadores turísticos e organizadores de excursões.