Mato Grosso pode contar com um importante e fundamental modal para o escoamento da sua produção, principalmente de grãos. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) estuda ampliar a hidrovia Tapajós-Teles Pires, dos atuais 346 km para 1.550 km de extensão. Para tanto, estudos técnicos apontam a necessidade de um investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões.
Atualmente, o escoamento da soja mato-grossense é feito através do rio Madeira, no Amazonas, e por rodovias federais. A hidrovia Tapajós, com 346 quilômetros de extensão, escoa apenas pequenas produções do Estado e combustível.
Durante um seminário sobre a hidrovia, a Antaq discutiu a importância e os impactos da ampliação da Tapajós-Teles Pires. O projeto é de longo prazo, e deve ser concluído em dez anos. “A hidrovia Tapajós-Teles Pires é importante para o escoamento da produção de soja do Mato Grosso, maior produtor do país”, afirmou o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, também presente no evento.
A Antaq pretende construir um dique com uma eclusa de 14 metros, derrocamentos e dragagens para desobstruir a navegação. A agência realiza uma série de seminários sobre as principais hidrovias do país para desenvolver o sistema hidroviário brasileiro. Segundo o superintende de Navegação Interior da Antaq, José Alex de Oliva, o ciclo de palestras tem o objetivo de difundir o conhecimento para que o Brasil possa usar as hidrovias como meio de transporte factível para nossa economia.
“Hoje temos uma malha hidroviária no país com 43 mil quilômetros de rios potencialmente navegáveis, isso ajudaria a alavancar a economia brasileira. A navegação fluvial tem baixo custo de investimento e uma resposta altíssima, com ganho de quase 25 % de redução do custo de transporte. O Brasil precisa disto”, afirmou.
De acordo com o superintendente da Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental (Ahimor), Michel Dib Tachy, a hidrovia é a melhor alternativa para o transporte da produção de grãos do Centro-Oeste/Norte do país, que deve dobrar em pouco tempo com um aumento substancial da produtividade por hectare, conforme disse, citando informações da Embrapa.
Segundo Tachy, o valor da obra pode ser reduzido pela metade se a Eletronorte construir uma hidrelétrica na juzante do rio Tapajós, como está previsto. De acordo com o diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, o evento é mais uma iniciativa promovida pela agência para consolidar o setor hidroviário como uma importante ferramenta de logística de transportes do país.
O deputado federal também presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, também participou do seminário e destacou que é uma alternativa econômica, estável e ambientalmente mais viável para o Estado.