O diretor-tesoureiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso – Famato, Eduardo Alves Ferreira Neto, participou ontem, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil -CNA-, em Brasília, de uma reunião com o presidente do grupo frigorífico Independência, Miguel Russo Neto, que apresentou um plano estratégico da empresa para resolver o impasse com os pecuaristas sobre débitos vencidos. "Ele (Russo) nos relatou a situação da empresa e mostrou interesse em priorizar os pagamentos" e as medidas de recuperação judicial da empresa. A ação impetrado no dia 27 de fevereiro pelo grupo, e que aguardava por documentos para ser concluído, já está em posse do Poder Judiciário. "Agora só falta a decisão do juiz para se ter o pedido aceito ou não".
O presidente da empresa salientou a importância em priorizar o pagamento aos pecuaristas para que a empresa volte a funcionar, visto que a matéria-prima fornecida pelo produtor rural é primordial para o elo da cadeia frigorífica. "Uma das alternativas encontradas por eles (Independência) é conscientizar os outros credores, como os bancos e fornecedores com a maior parte do montante a priorizar o pagamento para se obter matéria-prima de modo a fazer capital de giro e cumprir os compromissos", disse Ferreira.
O grupo – que possui cinco plantas (Colíder, Confresa, Nova Xavantina, Juína e Pontes e Lacerda) em Mato Grosso, todas paralisadas -, tem uma dívida total que atinge R$ 3,4 bilhões. Segundo o diretor da Famato, deste montante o valor devido aos pecuaristas compreende cerca de 5%. "Acreditamos ser uma boa alternativa, no entanto entendemos que há dificuldades considerando o valor devido. Mas se compararmos o percentual que poderia colocá-las (plantas) novamente na ativa, esse número torna-se relativamente pequeno".
Caso não haja um consenso sobre esta proposta, o processo de recuperação judicial continua em trâmite normalmente, com previsão de convocação para se decidir em assembleia, entre os meses de setembro e outubro.