Não houve consenso na reunião no Ministério do Trabalho, em Brasília, entre o governo e representantes das centrais sindicais sobre o reajuste do salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda. Depois de quase três horas de discussão, ficou agendado um novo encontro – o quarto – para o dia 11 de janeiro, para rediscutir o assunto.
Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não existe impasse, mas a construção de um processo de negociação. “Na medida em que o Congresso votará o orçamento só no início do ano, marcamos uma reunião para o dia 11 de janeiro com a intenção de fechar as negociações”, disse. Segundo Marinho, o governo ainda não estipulou nenhum valor para o reajuste do mínimo, a não ser os R$ 321 que consta na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO).
“O governo só anuncia quando o valor estiver fechado. Evidente que há disposição do governo de avançar este valor (R$ 321), mas o valor a ser divulgado será o que nós concluirmos no processo de negociação”, afirmou Marinho. O ministro explicou ainda que quando se anuncia um determinado valor e ele não é aceito, se torna “um valor queimado, do ponto de vista das negociações”, o que para ele, seria um erro.
O ministro deixou claro que a intenção das centrais sindicais, de reajustar o salário mínimo a R$ 400 reais, não será aceita. “Isso seria impossível, não por falta de vontade do governo, mas há impossibilidade orçamentária e mesmo as prefeituras não suportariam um valor nessa natureza e a previdência também. Temos que construir um valor suportável por parte do orçamento, das prefeituras e dos estados, e que seja aceitável pelas centrais sindicais”.
Participaram da reunião os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e da Previdência, Nelson Machado, além de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Autônoma dos Trabalhadores, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Confederação Geral dos Trabalhadores e Social Democracia Sindical.