Após se reunir para avaliar as condições de suprimento de energia no país, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) divulgou comunicado hoje (12) no qual informa que a não ser que ocorra uma série de vazões piores do que as já registradas, evento considerado de "baixa probabilidade", não são visualizadas dificuldades no suprimento de energia no país, em 2014. Em comunicado anterior, divulgado em fevereiro, o termo usado pelo grupo foi “baixíssima probabilidade”.
A nota foi lida pelo secretário de Energia Elétrica, do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, que não respondeu às perguntas dos jornalistas, nem explicou por que o CMSE mudou o termo de “baixíssima” para “baixa” probabilidade.
Segundo o comitê, nos primeiros dez dias de março, as chuvas nas bacias hidrográficas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde fica a maior parte dos reservatórios do país, ficaram em 61% da média histórica. No Nordeste, chuveu 25% da média histórica; no Sul, 143%; e no Norte, 117%. “As bacias hidrográficas, onde se situam os principais reservatórios, atravessam situação climática, conjuntural, desfavorável, até este momento do atual período úmido. No entanto, o Sistema Interligado Nacional (SIN) dispõe das condições de equilíbrio estrutural, necessárias para o abastecimento do país”.
O texto do CMSE explica que o baixo nível dos reservatórios está relacionado com a falta de chuvas nas principais bacias hidrográficas, motivada pela presença de um sistema de alta pressão no oceano, próximo da Região Sudeste, que impedia o avanço de frentes frias vindas do Sul.
No entanto, segundo o grupo, desde a segunda quinzena de fevereiro o fenômeno climático vem se enfraquecendo, permitindo a entrada de frentes frias do Sul e do Centro-Oeste, provocando a ocorrência de chuvas fracas nas bacias hidrográficas do Nordeste, fracas a moderadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e em torno da média nas regiões Sul e Norte.
Como a nota divulgada em fevereiro, o comunicado de hoje diz que o sistema elétrico brasileiro apresenta-se estruturalmente equilibrado e com sobras. Entre os órgãos que assinam a nota estão o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).