Ao ampliar a política de revisão de preços para o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, a Petrobras anuncia reajuste médio de 6,7% nos preços do insumo nas refinarias válido a partir de hoje. É o 2º aumento em menos de 3 meses. A estatal alerta que a cotação no varejo poderá ou não ocorrer, em consequência do ajuste nas refinarias. Em Mato Grosso, o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás (Sinergás/MT) confirma que as 5 companhias engarrafadoras do GLP localizadas no Distrito Industrial de Cuiabá repassarão o produto com o acréscimo previsto nas refinarias de imediato.
Para o consumidor mato-grossense, o botijão de 13 quilos do gás de cozinha passará a custar R$ 85,46, em média. O valor já incorpora a majoração de 6,7% sobre o preço médio de R$ 80,10 por botijão, registrado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana. Em Mato Grosso, os preços do gás de cozinha oscilam entre o mínimo de R$ 65 e o valor máximo de R$ 105 por botijão. Para os consumidores que já pagam mais caro no produto, o desembolso poderá chegar a R$ 112,03.
Moradora de Alta Floresta, a aposentada Laurita Prado, 64 anos, relata que mensalmente precisa repor o botijão de gás em casa. Há 10 dias comprou o produto e desembolsou R$ 98 por 13 kg. “Nas duas últimas vezes paguei este preço”, complementa. Com base no reajuste previsto, ela pagará R$ 104,56 para garantir o botijão de gás na próxima compra. “É muito caro”, avalia indignada.
Até mesmo para o varejista e presidente do Sinergás/MT, Alan Rener Tavares a majoração é condenável. “O governo reajusta preço de produtos de extrema necessidade. O consumidor não deixa de comprar, mas a venda cai um pouco porque estamos vivendo um momento de crise econômica”. Para Tavares, o acréscimo de aproximadamente R$ 5 sobre o preço do gás de cozinha dificulta tanto para o consumidor quanto para o revendedor. “Não deveria ocorrer este aumento agora”.
No dia 21 de março, a Petrobras anunciou reajuste de 9,8% no valor do botijão de 13 kg nas refinarias. Na ocasião previu impacto de R$ 1,76 por botijão ou 3,1% para o consumidor final, “se mantidas as margens de distribuição, de revenda e as alíquotas de impostos”. Com a média atual de aumento de 6,7%, a estatal prevê impacto de 2,2% no botijão e R$ 1,25 sobre o preço médio no país.
A estatal justifica que na composição de preços ao consumidor, a Petrobras responde por cerca de 25% do valor final, outros 20% são tributos e o restante do preço é composto por distribuição e revenda (55%). Esclarece que o novo ajuste foi aplicado sobre os preços praticados pela Petrobras sem incidência de tributos.