Mato Grosso encerrou 2007 com incremento de 91,9% no valor dos financiamentos destinados à habitação. No ano passado foram concedidos R$ 86,369 milhões para a aquisição, reforma e ampliação de imóveis, contra R$ 45,001 milhões registrados em 2006. O crescimento vem sendo registrado desde julho de 2007, quando os valores liberados somente nos sete primeiros meses do ano passado já haviam superado todo o montante financiado ao longo do ano anterior para a mesma finalidade.
Os dados são do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), do Banco Central, e levam em consideração os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Estratificando os números, somente para a aquisição de imóveis foram financiados R$ 67,465 milhões no ano passado, incremento de 117,6% sobre os R$ 30,991 milhões emprestados ao longo de 2006. Já para reforma e ampliação, o montante concedido em empréstimos no ano passado somou R$ 18,904 milhões, uma expansão de 34,9% sobre os R$ 14,010 liberados em 2006.
Para o economista e consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em Mato Grosso, Vivaldo Lopes, a alta nos financiamentos registrada no ano passado foi em decorrência da maior oferta de emprego no Estado e no país, que possibilitou o aumento da renda dos trabalhadores e a procura por financiamentos para a habitação. “Quando a pessoa tem um emprego e começa a ter uma certa estabilidade na renda ela começa a planejar aquilo que mais deseja na vida, a aquisição da casa própria, um dos investimentos mais importantes e altos que se faz”.
Ele considera ainda que entre os fatores que motivaram o incremento nos financiamentos habitacionais estão as reduções nas taxas de juros, a desburocratização no acesso ao crédito e a dilatação dos prazos, já que agora o pagamento do empréstimo pode ser dividido em até 30 anos, com parcelas reduzidas e que cabem no orçamento. “Temos que considerar que a entrada de grupos financeiros e fundos de investimentos ampliaram o acesso ao crédito, facilitando a tomada de empréstimos”, diz ao considerar que este ano o volume financiado deve ser ainda maior a partir da recuperação e estabilidade econômica estadual e brasileira.