
"Evitamos até mesmo o uso da expressão renúncia fiscal porque só é possível renunciar a algo que se tem. No caso do Prodeic, é evidente que sua retirada significaria a perda de arrecadação, com o fechamento ou saída de indústrias do estado", defende Mauro, que detalhou a fatia desproporcional da contribuição do setor industrial para a arrecadação do Estado. "A indústria mato-grossense responde por 13% das empresas do Estado, 17% do PIB e da geração do emprego – e mesmo assim recolhe 39% de todo o ICMS", informa, destacando que a arrecadação global em Mato Grosso cresceu 83,75% entre 2011 e 2017.
"Se houvesse prejuízo com o Prodeic, não existiria esse aumento da arrecadação. O Estado ganha com o incentivo à indústria", defende, acrescentando que "o poder público tem a obrigação social de investir em políticas de incentivos fiscais, pois o aspecto social só melhora com geração de emprego e renda".
O estudo incluiu uma pesquisa, do Instituto Euvaldo Lodi (da Fiemt), abrangendo 100 indústrias beneficiadas pelo Prodeic. A maior parte – 78% – delas tem menos de 100 funcionários, e 89% são indústrias mato-grossenses. A pesquisa mostra que todas as indústrias beneficiadas tiveram aumento no número de funcionários e no faturamento, e todas contribuem com projetos sociais.
Durante a apresentação, Mauro Santos mostrou ainda os efeitos sociais da concessão ou não de incentivos à indústria em cada região de Mato Grosso, comparou os incentivos oferecidos por Mato Grosso com Goiás e Mato Grosso do Sul. "A indústria de Goiás chega a pagar zero de tributos. É o incentivo mais agressivo e a arrecadação continua crescendo. O incentivo atrai indústrias que poderiam estar em Mato Grosso", afirma.
A assessoria acrescenta expondo que o Prodeic é tão importante para essas empresas que, caso ele fosse extinto, apenas 6% delas teriam condições de continuar com as atividades sem alteração. O estado perderia 42% dessas indústrias, que fechariam as portas ou mudariam de estado. As outras (52%) teriam redução das atividades. O Prodeic prevê contrapartidas, como investimentos, geração de empregos, distribuição de lucros
O presidente da Câmara Setorial Temática, procurador do Estado Hugo Felipe Martins de Lima, disse que poucos questionam a importância dos incentivos, pois a grande questão é realmente a transparência. "Muitos questionamentos passam pela falta de um esclarecimento. Os dados apresentados pelo estudo são muito interessantes. O estudo também mostra bem as regiões que carecem de desenvolvimento e precisam da indústria para gerar emprego e renda e isso precisa ser considerado nas concessões futuras de incentivos", disse, através da assessoria.
A Fiemt defende a aprovação do projeto de lei 117/2018, que altera o Plano de Desenvolvimento e atualiza as regras do Prodeic. O projeto já foi aprovado em primeira votação pela Assembleia e a expectativa da federação é que seja aprovado ainda nesta semana.


