Mato Grosso, por enquanto, não será atingido pelo processo de reestruturação anunciado pelo Conselho Diretor da Caixa Econômica Federal (CEF), que irá fechar 131 unidades internas e administrativas em todo o Brasil, enxugando os 424 departamentos para 293.
Porém, de acordo com assessoria de imprensa da Caixa Regional Mato Grosso, no Estado a CEF reabriu o Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) e os funcionários, que se enquadram no perfil podem aderir ao programa até o dia 14 de agosto. O objetivo, segundo o banco, é ajustar a estrutura da CEF ao cenário competitivo e econômico atual, buscando mais eficiência.
A opção pela adesão fica a critério do empregado e a prerrogativa de acatar a proposta de desligamento é do banco. Se o pedido for acatado, o desligamento ocorrerá entre 24 de julho e 25 de agosto deste ano, por meio de rescisão do contrato de trabalho a pedido, dispensando-se o cumprimento de aviso prévio.
Podem aderir ao programa os empregados aposentados pelo INSS até a data de desligamento, sem exigência de tempo mínimo de efetivo exercício na CEF; aptos a se aposentarem pelo INSS até 30/12/17, também sem exigência de tempo; funcionários com no mínimo 15 anos de trabalho na empresa (contrato de trabalho vigente, até a data de desligamento); funcionário com adicional de incorporação de função de confiança (cargo em comissão ou função gratificada) até a data de desligamento, também sem exigência de tempo na Caixa.
O incentivo financeiro, de caráter indenizatório, será equivalente a 10 remunerações base do empregado, limitado a R$ 500 mil por trabalhador, considerando como referência a data de 31/06/2017. O benefício será pago em parcela única, sem incidência de Imposto de Renda, recolhimento de encargos sociais e contribuição à Fundação da Caixa Econômica Federal.
O último PDVE em todo o país encerrado em março deste ano teve a adesão de 4.429 empregados. A meta era de 10 mil adesões. O banco não informou a expectativa de adesão com esse novo PDVE.
Segundo o diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Mato Grosso (SEEB/MT), José Gerra, a maior preocupação dos trabalhadores é com o desmonte patrocinado pelo governo federal. “Dizem que não serão fechadas agências, mas quem garante. Este já é o 2º PDVE aberto pelo governo. Só no 1º cerca de 5 mil trabalhadores perderam o emprego e a meta era o dobro”, analisa.
De acordo com o sindicalista, os trabalhadores já trabalham sobrecarregados e as agencias ficarão mais lotadas ainda, com acúmulo de trabalho. "Existem agências que já funcionam com 3 ou 4 funcionários. Quem sofre é o público que fica horas aguardando atendimento", cosnidera o diretor.
Guerra destaca que a CEF está presente em 25 municípios mato-grossenses sendo o único banco “social” do país. “O que se escuta nos bastidores é que o governo Michel Temer quer privatizar a Caixa Econômica. E o início de tudo é fatiando o banco e depois vendendo. O setor de seguros da Caixa já está vendido”, cita.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas empresas de Crédito (Contec), em agosto o alvo serão as agências. “A expectativa é de que 100 a 120 unidades em todo o país sejam fechadas até o 1º semestre de 2018”, denúncia texto da Diretoria Executiva publicado no site da entidade.
Dentre diversos critérios, a direção da Caixa estabeleceu o financeiro como o mais importante. Por isso, o fechamento das agências deve seguir a seguinte ordem: 1º, as aquelas que dão prejuízo. Segundo, as que não dão lucro (empatam). Por fim, as que dão resultado abaixo do esperado.
Ao todo, a Caixa tem 4,2 mil agências e postos de atendimento espalhados por todo Brasil. “A Direção Executiva da Contec repudia a iniciativa da empresa e cobrará explicações no sentido de reverter todo esse movimento que precariza as relações de trabalho e desvaloriza o banco”, conclui o texto.