Um dia após anunciar sinais de redução no ritmo do desmatamento da Amazônia, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) protagonizou ação midiática e foi, ontem, ao sudoeste do Pará aplicar pessoalmente multa de R$ 10 milhões por desmatamento e criação ilegal de 4.000 cabeças gado na área da Floresta Nacional de Jamanxim, em Novo Progresso.
Minc interveio, aos olhos dos jornalistas convidados pelo ministério, na ação. Evitou, por exemplo, que o suposto gerente da fazenda autuada, David Joaquim Gonçalves, 31, fosse preso em flagrante. “Eu não queria essa foto, seria uma coisa injusta”, observou o ministro.
Gonçalves foi levado à delegacia logo depois de Minc deixar a fazenda registrada em nome de José Carlos da Silva, que mora em Mato Grosso. O proprietário terá 30 dias para retirar o rebanho do local, sob pena de ter o gado apreendido.
O desmatamento ilegal alcançou 30 quilômetros dos 13 mil quilômetros quadrados de Jamanxim. A floresta nacional é uma das 15 que serão oferecidas à exploração sustentável por meio de licitação em 2009.
A caminho de Jamanxim, Minc fez uma escala em Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira. Lá, formalizou a doação de 3.200 metros cúbicos de madeira nobre, que serão leiloados pelo governo do Pará.
A madeira foi abandonada nas ruas por madeireiros locais, que receberam Minc aos gritos de “deixa a gente trabalhar, ministro”. A localidade de 15 mil habitantes está parada desde o início do mês, quando chegaram equipes do Ibama e da Polícia Federal.