Metade das famílias brasileiras está consumindo menos do que no ano passado, revela pesquisa divulgada hoje (18) pelaConfederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a pesquisa Intenção do Consumo das Famílias (ICF), 49,1% dos 18 mil entrevistados disseram que seu nível de consumo em junho de 2015 foi menor que o de junho de 2014. Em maio, o percentual era 46,8%.
De acordo com a pesquisa, a Intenção de Consumo das Famílias caiu 23,8% em relação a junho do ano passado. Na comparação com maio deste ano, a queda chegou a 4,8%.
A retração na intenção de consumo manteve o indicador abaixo de 100 pontos, patamar a partir do qual a CNC considera "zona negativa". Em junho, a pontuação foi 91,7.
Entre os sete indicadores que compõem o índice, quatro estão na zona negativa: momento para duráveis (35,3 pontos), nível de consumo atual (70,3), perspectiva de consumo (83) e compra a prazo (91,4). A melhor pontuação é no emprego atual (115,2 pontos), seguida pela renda atual (109,3) e pela perspectiva profissional (107,6).
Em relação ao ano passado, a pontuação do indicador de compra de bens duráveis, como veículos, caiu 38,4%. Na opinião de 62,9% das famílias consultadas, o momento não é favorável para a compra desses bens. O indicador sobre as perspectivas de consumo caiu 34%, e a compra a prazo, 29%.
Todos os sete indicadores estão mais baixos do que os registrados no ano passado e em maio deste ano. A menor queda interanual foi registrada na perspectiva profissional, com 9,3%.
Na comparação com o ano passado, as famílias que ganham mais de dez salários mínimos tiveram quedas maiores na pesquisa ICF (-26,2%) do que o grupo com menor renda (-23,4%). Na comparação com maio, no entanto, a queda no índice das famílias que ganham menos de 10 salários mínimos foi 5,1%. Para as mais bem remuneradas, o recuo foi 3,6%.
Os resultados negativos da pesquisa e a identificação de uma tendência de encarecimento do crédito levaram a CNC a revisar para baixo sua expectativa para o volume de vendas do varejo restrito em 2015, aumentando a projeção de queda de 0,4% para 1,1%