Em fevereiro, o superávit da balança comercial de Mato Grosso fechou em US$ 462,150 milhões. O resultado é 44% superior ao mesmo período de 2005, quando o saldo ficou positivo em US$ 319,539 milhões. “Mato Grosso superou na evolução do faturamento a balança comercial nacional em 30%, comparando com os 14% atingidos pelo Brasil”, informa o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Nereu Pasini.
As vendas de Mato Grosso no mercado externo somaram US$ 508,309 milhões no período de janeiro a fevereiro de 2006, o que representa um crescimento no faturamento de 41%, comparado às exportações no mesmo período de 2005. “Mato Grosso permanece em 10º lugar no ranking nacional, que representa 2,82% das exportações totais do Brasil e 63,51% das exportações da região Centro-Oeste, ou seja, um aumento em três pontos percentuais na região devido à retração nas exportações de Mato Grosso do Sul”, explica Pasini.
O complexo soja representa uma fatia ainda maior na pauta de exportações, atingindo 70% de participação, com aumento de seis pontos percentuais em relação a 2005. O total exportado é de US$ 359,531 milhões, contra US$ 230,321 milhões exportados no período de janeiro a fevereiro do ano passado.
O preço médio de grãos de soja acusou elevação de dois centavos de dólar e mantém um bom preço no mercado externo. O crescimento do faturamento em 166% no segmento deve-se principalmente ao aumento do volume exportado em 138%, que representa 592 mil toneladas a mais exportadas no período de janeiro a fevereiro de 2006.
Já a carne apresentou um crescimento do faturamento em 172%. O volume foi mais que o dobro exportado em fevereiro de 2005. As exportações no período de janeiro a fevereiro de 2006 atingiram US$ 59,783 milhões, que representa 11,76% na pauta de Mato Grosso.
“A carne bovina é o grande destaque do complexo, que soube enfrentar com maestria a crise da febre aftosa no setor e fez crescer o faturamento nas exportações em 218%, apesar da queda de 4% no preço em dólar e a diferença cambial apontar retração de 20% na conversão da moeda”, diz o coordenador do Centro Internacional de Negócios da Fiemt, Maurício Capillé. O total exportado pelo setor foi de US$ 51,457 milhões de janeiro a fevereiro de 2006.
O setor de aves apresentou resultados positivos nas exportações, porém, está atravessando uma crise sem precedentes, como reflexo da disseminação da gripe aviária na Ásia e Europa. Com a diminuição no consumo de frango em cerca de 60% na Europa e atingindo o limite de estoque do produto em câmaras frigoríficas, não houve alternativa se não abaixar preços. O setor registrou crescimento de faturamento em 56%, que representa US$ 7,930 milhões exportados no período de janeiro a fevereiro de 2006, contra US$ 5,066 milhões exportados no mesmo período de 2005.
“Ocorre que, a brusca mudança de hábito no consumo de frango está ocasionando queda nas vendas externas e perda de faturamento em até 69%, nos meses de dezembro de 2005 a fevereiro de 2006. Esta situação foi agravada pela saída da Venezuela como país comprador de frango de Mato Grosso, em mais de US$ 3 milhões/mês”, informa o coordenador do CIN.