Balança comercial de Mato Grosso registra saldo de US$1,66 bilhão
O saldo é o acumulado de janeiro a maio deste ano, valor 19% maior do que o saldo de US$ 1,39 bilhão do ano passado, no mesmo período
O saldo da balança comercial de Mato Grosso fechou mais uma vez com superávit e registrou saldo de US$ 1,66 bilhão no acumulado de janeiro a maio deste ano, valor 19% maior do que o saldo de US$ 1,39 bilhão do ano passado, no mesmo período. As exportações que já somam US$ 1,75 bilhão em 2006 são 16% maiores do que o valor acumulado de US$ 1,51 bilhão de 2005. “Mato Grosso continua entre os dez maiores Estados exportadores do país, representando 3,54%. Nas exportações por região, o centro-oeste representa 5,94% das exportações brasileiras, com um montante de US$ 2,939. Mato Grosso representa 59,58% deste total”, informa o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Nereu Pasini.
As exportações dos produtos que não passam pelo processo de industrialização foram de US$ 307,114, enquanto que os produtos industrializados apresentaram um montante de US$ 31,681 – os semi-manufaturados contribuiu com uma parcela de US$ 20,405 e os manufaturados com US$ 11,276. O complexo soja segue como carro chefe das exportações no Estado com 79,80%, seguido da carne (9,76%), algodão (4, 08%) e madeira (3,23%).
O valor total exportado do complexo soja foi de US$ 1,39 bilhão contra US$ 1,23 bilhão em 2005, com crescimento de 14% resultante do significativo aumento de 33% no volume exportado de grãos. Além disso, foi gerado um aumento de 37% em valor, devido o aumento de 3% no preço do produto. As vendas de soja-grão representam hoje 78% do valor exportado do complexo soja e 62% das exportações estaduais. “O significativo aumento das exportações de soja-grão em maio deste ano tem relação com o aumento da cotação do dólar em relação ao real, motivando o fechamento de câmbio dos exportadores do produto”, destaca o consultor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo.
Segundo ele, o aumento em dólar no valor total exportado transforma-se em queda de 0,5% na conversão para reais por conta da defasagem cambial. A cotação do dólar em maio de 2005 era de R$ 2,45 passando para R$ 2,18 em maio de 2006 que representa variação negativa de 11% no período. “Tal defasagem gera ‘perdas cambiais’ se considerarmos o valor exportado em dólares até maio deste ano e multiplicarmos pelo dólar de maio de 2005. Com isso, teríamos R$ 3,42 bilhões e não R$ 3,05 bilhões – valor exportado este ano – o que representa então R$ 370 milhões a menos de faturamento em relação ao ano passado”.
Já os outros produtos do complexo – farelo e óleo – registraram queda em volume e em faturamento. “As quedas no embarque de óleo e de farelo podem ser creditadas ao menor processamento industrial do grão, tendência verificada atualmente no setor de esmagamento, por contingências de mercado. Alem dos bloqueios das estradas impedindo o embarque dos produtos”, diz o presidente da Fiemt.
CARNE – As exportações totais de carnes até maio deste ano totalizam US$ 171 milhões com crescimento de 115% em valor, comparado ao mesmo período do ano passado. Isso em função das vendas externas de carne bovina, que foram de US$ 149,97 milhões, registrando um aumento de 152% em valor. “Este aumento expressivo se deve ao embargo às exportações de Mato Grosso do Sul. Outro indicativo é a abertura de novos mercados, como o Egito, que era considerado um mercado insignificante e hoje apresenta-se como uma saída para a carne bovina de Mato Grosso”, analisa o técnico do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiemt, Emerson Moura.
A carne bovina representa 88% do total exportado de carnes. As vendas externas de carnes de aves registrou aumento de 15% no faturamento, mesmo com redução de 3% no volume físico dado o aumento de 19% no preço sinalizando superação da queda no consumo por conta da gripe aviária. Já a carne suína teve drástica redução tanto em valor faturado quanto em preço e volume físico comercializado, possivelmente relacionado com embargos externo por questões de sanidade animal, como os casos de febre aftosa.
De acordo com Pasini, o setor de carne suína vem amargando esta queda devido ao embargo da Rússia, principal destino da carne suína, porém, Mato Grosso necessita de incremento tanto na produção de matéria-prima, como no incremento do parque industrial para abate em grande escala. “Primeiramente o Estado tem que sanar estes dois gargalos, principalmente no que se diz respeito a novos frigoríficos de abate”.
MADEIRA – Houve expressiva queda de 29% no valor exportado total da madeira -madeira bruta, serrada e perfilada/compensada – com índices percentuais ainda maiores, mesmo com aumentos de preços internacionais. “Tais resultados ainda refletem as enormes dificuldades operacionais que a indústria madeireira vem enfrentando no Estado desde 2005 e que precisam ser superados pela importância desse setor para a economia estadual. A indústria madeireira do Estado ainda está engessada pelos reflexos da operação curupira”, explica o técnico do CIN.
DESTINOS – Nas exportações por blocos econômicos, a União Européia apresenta-se como principal destaque representando 44,19%, com um montante de 774,091, crescimento de 8,53%, tendo como principais países de destino a Holanda e a Itália. Em segundo lugar vem a Ásia com uma participação de 37,68% com um montante de US$ 660,018, crescimento de 44,59% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Os principais destinos dentro do bloco foram a China e Tailândia, com 103,54% e 16%, respectivamente. “A China se destaca pelo aumento da exportações de soja em grãos, madeira e principalmente algodão, produto que até então não era expressiva sua exportação este país”, informa o técnico do CIN.