Uma equipe de geólogos e técnicos do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) esteve na Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), ontem, para uma reunião de trabalho sonbre a realização de pesquisa mineral de fosfato. O objetivo foi discutir as possibilidades de descoberta do minério na região e ouvir as demandas dos empresários quanto aos estudos feitos pela iniciativa privada na área e através de projeto do governo federal.
De acordo com o chefe do departamento de Recursos Minerais do CPRM, Reinaldo Santana Correia de Brito, as rochas em Mato Grosso possuem uma qualidade superior aos demais Estados da região Centro-Oeste, o que leva os estudiosos a darem uma atenção maior nas pesquisas do Estado. “Além de possuir formações geológicas favoráveis, Mato Grosso é nossa prioridade porque os trabalhos vão viabilizar o agronegócio, principal setor da economia do Estado, que demanda grande consumo de fosfato, utilizado em fertilizantes”.
Segundo Reinaldo, as pesquisas de reconhecimento e detalhamento requerem um tempo mais prolongado, pois analisam a viabilidade econômica da possível jazida descoberta. Feito a primeira análise os técnicos realizam estudos mais específicos para auxiliar os empresários quanto a melhor forma de extrair o minério. “A segunda fase de pesquisas dura cerca de três a quatro anos. Acreditamos que após esses estudos, e encontradas jazidas no Estado, Mato Grosso possa ter sua produção de fosfato”.
O secretário Estadual de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, diz que os trabalhos vão trazer grandes resultados para o perfil econômico de Mato Grosso. “Importamos 100% do fosfato consumido, a descoberta de uma jazida mineral irá beneficiar o setor agrícola, diminuindo os custos de fretes, além de outras vantagens econômicas de se ter uma reserva mineral dentro da região”.
Para o superintendente de Minas da secretaria, Joaquim Moreno, as discussões entre técnicos e empresários são importantes para encontrar o melhor caminho de prosseguir com os trabalhos. “A ideia é ouvir as necessidades do setor e ajustar o projeto nessas demandas, fazendo com que as pesquisas iniciadas pelo setor privado sejam agilizadas”.
A possibilidade de encontrar jazidas de fosfato no Estado, deixam empresários otimistas, devido a importância do minério na economia mato-grossense e, especialmente na produção de grãos. Geólogo e pesquisador da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), João Broggi Júnior, acredita que os projetos de estudos devem beneficiar as empresas agrícolas, principalmente nos custos, caso se confirme a jazida no Estado. “A expectativa é grande entre os produtores e os governos, tanto federal, quanto estadual, que reconhecem a importância dessas pesquisas no Estado”.
Os trabalhados de pesquisas do Projeto Fosfato Brasil foram apresentados pela Chefe de Divisão de Avaliação de Recursos Minerais do CPRM, Maisa Bastos Abram.