Ministério do Meio Ambiente, Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) e União Européia assinaram hoje um projeto de cooperação técnica que possibilitará a consolidação do Distrito Florestal da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém) – uma área de 15 milhões de hectares, no Pará. Serão aplicados 6 milhões de euros em manejo das florestas públicas da região, apoio a iniciativas de produção sustentável e fortalecimento da sociedade civil.
“Esta parceria permitirá, por exemplo, que a comunidade local use não somente a madeira mas também produtos não-madeireiros, a exemplo de óleos e resinas”, explicou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Segundo ele, a exploração dessas matérias-primas, acompanhada de apoio tecnológico e de um circuito de comercialização para colocar os produtos no mercado, pode valer mais que a extração de madeira. “É uma forma de garantir a sobrevivencia das 24 milhões de pessoas que vivem a região. Ou nós encontramos uma fórmula para elas viverem com dignidade ou vamos ficar eternamente correndo atras de desmatadores”, acrescentou.
O objetivo do projeto é contribuir para a prevenção e controle do desmatamento e destruição ambiental na área sob pressão da rodovia, que está em fase de asfaltamento, e dar continuidade aos esforços empreendidos pelo MMA, em conjunto com outros países e organismos internacionais, na execução de ações que venham garantir a proteção ambiental no Brasil.
O governo federal entende que o asfaltamento da BR-163 deve ser inserido num plano de desenvolvimento amplo, que contemple ações de ordenamento do território, infra-estrutura, fomento a atividades econômicas sustentáveis, melhoria dos serviços públicos e outras ações voltadas à inclusão social e fortalecimento da cidadania.
Durante a solenidade, em Brasília, o chefe da delegação da Comunidade Européia, embaixador João Pacheco, disse que um dos objetivos do bloco é apoiar políticas do governo brasileiro de desenvolvimento sustentável e de combate ao desmatamento na amazônia. “Questões ambientais são de extrema importancia para a União Européia e nossa cooperação com o Brasil, nesse campo, não ficará por aqui”, adiantou. Estão sendo estudadas iniciativas como o cultivo de peixes na Amazônia, em oposição à pecuária ostensiva predatória, o chamado boi pirata.
Além do financiamento da Comunidade Européia, o projeto “Manejo Florestal, apoio à produção sustentável e fortalecimento da sociedade civil na Amazônia brasileira”, conta com apoio técnico da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO). Para o diretor-assistente do departamento de cooperação técnica da FAO em Roma, José Maria Vinas Sumpsi, esse projeto é um exemplo de como se pode aumentar a produção de alimentos de uma forma sustentável. “A FAO tem larga tradição de projetos sustentáveis na Amazônia e de parceria com a União Européia, de forma que este é mais um passo nesta direção”, disse.
Para o diretor-geral da Agência Brasileira de Cooperaçao (ABC), embaixador Luiz Henrique da Fonseca, esse projeto – ao apoiar manejo florestal e produção sustentável e, ao mesmo tempo, se preocupar com o homem, com a sociedade civil – está no caminho certo.