A Universidade Federal de Santa Catarina deve entregar para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) até final deste mês o estudo de viabilidade da construção de um ramal da ferrovia Norte-Sul para atender Mato Grosso. O ramal, de 900 km, deve ligar o município de Lucas do Rio Verde ao porto de Itaqui (MA), um dos que possuem maior capacidade no mundo, com calado de 23 metros, maior ainda que o porto de Roterdã, na Holanda.
O estudo será encaminhado à Presidência da República até o final de setembro com pedido de inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Otimista, o autor do projeto, diretor da ANTT, Gregório Rabelo, diz que se o governo federal “tiver juízo”, a obra deve estar concluída em quatro anos, pois será a “solução econômica e financeira para o Médio-Norte do Estado”.
O projeto foi apresentado em setembro de 2005. Desde então, Rabelo vem buscando apoio político. Segundo ele, a bancada de Mato Grosso no Senado têm se empenhado pela execução da proposta. Conforme Rabelo, há ainda mobilização política em Sorriso, onde se pretende formalizar uma associação com prefeitos, vereadores e entidades civis organizadas para apoiar o projeto.
Ele cita que os produtores do Médio-Norte, maior produtora de grãos do Estado, gastam 50% do custo de produção com transporte, levando os grãos por 2,5 mil km de rodovias até o porto de Paranaguá (PR). “Essa logística é doentia”, disse para A Gazeta.
Na visão dele, o porto do Maranhão é o escoador natural da produção do corredor Centro-Norte. “Mato Grosso todo deveria estar de pé para viabilizar esse projeto. Para o Estado a prioridade é ontem”. A idéia é interligar com a logística de transporte Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí. Por enquanto, 300 km dessa ferrovia estão sendo concluídos, saindo de Açailândia (MA) a Palmas (TO), onde deve chegar no final de 2008.