Análise da seção latino-americana da União Internacional de Ferrovias (UIC na sigla em inglês) aponta ser inviável a construção da ferrovia Transoceânica, ligando o Brasil ao Peru (com previsão de um trecho entre Lucas do Rio Verde e Campinorte (GO). O levantamento mostra que o custo de transporte da tonelada de soja de Lucas do Rio Verde a Xangai, com embarque porto de Ilo, no Peru, sai por US$ 166,92 contra US$ 120,43, saindo do porto de Santos. A diferença é de US$ 46,49 por tonelada.
De acordo com reportagem de o Estado de São Paulo, o levantamento nem leva em consideração o custo de construção da ferrovia. Foi considerada apenas a distância a ser percorrida de acordo com o preço no país vigente, com dólar a R$3. Assim, o transporte da carga por trem sairia por US$ 58,28 se a soja for embargada em Santos ou US$ 127,75 pela ferrovia Transoceânica.
É destacado também que a construção da ferrovia é duvidosa devido ao interesse dos chineses por conta da grandiosidade dela, já que em projetos anteriores a aplicação de recursos daquele país acabaram não se consolidando. A Tansoceânica pode ter até 3.650 quilômetros de extensão, sendo mais de 1 mil só nos Andes. O investimento da parte brasileira poderia chegar a R$ 40 bilhões.
O estudo foi divulgado em meio as discussões sobre a construção da ferrovia que vem ganhando destaque. Lucas do Rio Verde sedia, desde ontem, o 1º Encontro Internacional da Ferrovia Transoceânica, com participação do governador Pedro Taques (PDT), deputados, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang e 23 empresários daquele país.
Em maio, o governo federal anunciou os estudos de viabilidade para a construção da ferrovia em parceria com a China. O projeto prevê que partiria do Peru, passando pelo Acre, Rondônia, Mato Grosso Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, criando um corredor entre os oceanos Atlântico e Pacífico.