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Equipe econômica de MT busca renegociar dívida bilionária dolarizada

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Parte da equipe econômica do governo de Mato Grosso continua nos Estados Unidos trabalhando por uma solução para a dívida dolarizada do Estado com o Bank of America, um dos principais fatores que impactaram nas finanças do Estado, levando a um desequilíbrio fiscal que impede novos investimentos, novas contratações, além da aplicação do Reajuste Geral Anual (RGA) no mês de maio, conforme previsto.

Ontem, os secretários do Gabinete de Assuntos Estratégicos, Gustavo de Oliveira, e de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, estiveram reunidos, em Nova York, com o vice-presidente do Bank of America no Brasil, Ricardo Diniz, e começaram as tratativas com a intenção de renegociar a dívida dolarizada, que hoje chega a aproximadamente R$ 1,7 bilhão.

“Com a variação cambial, as finanças de Mato Grosso foram seriamente impactadas, devido ao aumento das prestações previstas no contrato. O governo do Estado não vai faltar com este contrato, até porque as sanções são muito pesadas, mas é inegável no quanto isso nos prejudicou economicamente e contribuiu para a situação que nos impediu de conceder o RGA este ano aos servidores, além de outros investimentos”, explicou Gustavo de Oliveira.

Segundo o secretário, outra agenda já está previamente marcada, no Brasil, junto a Secretaria de Fazenda, para discutir o reescalonamento da dívida. Além disso, outras reuniões ocorreram em Nova York com instituições que podem ajudar Mato Grosso a pagar a dívida.

“Tivemos essa conversa preliminar com a diretoria do Bank of America e vamos continuar essas tratativas no Brasil. Adicionalmente a isso, por determinação do governador Pedro Taques, falamos com outros bancos de investimento que têm interesse em estudar a possibilidade de repactuar essa dívida de forma mais favorável ao Estado, sem tanta variação cambial e respeitando nossa capacidade de pagamento”, disse Gustavo.

Dívida

O governo de Mato Grosso pagou, no mês de março deste ano, a terceira parcela da dívida dolarizada com o Bank of America, de mais de US$ 34 milhões. Em reais, o valor da parcela foi de aproximadamente R$ 135,5 milhões – com o dólar cotado a R$ 3,9796 em 29 de fevereiro. Somente no ano passado, o Estado quitou R$ 230 milhões junto à instituição norte-americana, montante 143% maior do que os R$ 94,3 milhões pagos em 2014, pela gestão passada.

A dívida de Mato Grosso já ultrapassa R$ 7 bilhões, valor referente a empréstimos contraídos com autarquias do Governo Federal, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, para investimentos em obras da Copa do Mundo, além de outras dívidas contraídas pelas gestões anteriores.

Desse total, cerca de R$ 1,7 bilhão está dolarizado. A operação financeira, contratada em 2012 com o dólar a R$ 2,02, foi feita sem a trava da moeda, ou seja, está sujeita à variação do câmbio desde então, o que faz com que quanto mais alto esteja o dólar, maior seja a dívida. Os pagamentos para o Bank of America estão programados para até 2022. A próxima parcela de US$ 34 milhões será paga em setembro.

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