Brasil e China integram um novo bloco econômico mundial de países atraentes e seguros para investimentos. E o comércio bilateral envolvendo as duas nações registra índices crescentes, fato que potencializa o desenvolvimento nacional e oriental. De 2000 a 2007, as negociações envolvendo os dois países aumentaram 10 vezes, passando de US$ 2,31 bilhões para US$ 23,37 bilhões. De olho nas oportunidades oferecidas pelo mercado chinês, 40 empresários de Mato Grosso partem, na próxima quarta (8), na ‘5ª Missão Empresarial à China’, promovida pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-MT).
Os integrantes da viagem estiveram reunidos na última terça-feira, na sede do IEL, com técnicos da China Trade Center – parceira na realização da missão – para alinhar informações, além de conhecer o Guanxi, a etiqueta de negócios com a China. Durante o evento, o gerente de Novos Negócios da China Trade Center, Aldenízio Bezerra, citou alguns fatores que podem culminar no sucesso ou fracasso nas negociações com os chineses.
Segundo ele, o comportamento e a postura adotada fazem a diferença. “No caso das empresas brasileiras, a falta de flexibilidade, as exigências por melhores preços, a dificuldade na resolução de conflitos e a indisposição no atendimento às exigências financeiras estão entre os fatores responsáveis pelo fracasso”, disse. O gerente explicou que os chineses valorizam a questão da confiança, da credibilidade, que podem resultar em melhores negócios. “Às vezes um aperto de mão vale mais que um contrato”, ressaltou.
Já entre os fatores determinantes para o sucesso na concretização das transações comerciais, Bezerra destacou a preparação adequada e a paciência para atingir as metas. “Depois de um primeiro contato com o cumprimento dos devidos acordos, a atitude dos chineses muda para melhor”, afirmou. A clareza nos objetivos é outro ponto de extrema importância. “Se eles percebem que você atende às necessidades, que entende o mercado, o tratamento é diferenciado”, explica.
Conhecer o mercado local do produto em pauta e ter disposição para financiar operações na China também são essenciais na visão do gerente. Mas Bezerra faz um alerta: “Na Feira, os empresários brasileiros devem ter cuidado com os descontos milagrosos”, referindo-se ao fato de alguns visitantes estarem despreparados para negociar com comerciantes experientes. “É fundamental que o empresário esteja bem assessorado”, destaca.
A missão para a China quarta (8) a 21 deste mês. O objetivo é participar da segunda edição da 104ª edição da Feira de Cantão – maior feira multisetorial da Ásia e segunda maior do mundo -, além de promover visitas técnicas às indústrias chinesas. Segundo a coordenadora do CIN, Gabriela Fontes, as visitas direcionadas estão entre os principais diferenciais da missão. “É a chance para o empresário conhecer uma realidade empresarial diferenciada, novos modelos de gestão, além de proporcionar uma mudança na visão sobre o setor produtivo chinês”, salienta.