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Empresários e consumidores devem se ajustar ao mercado de baixa renda, diz especialista

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O mercado de baixa renda vai chegar ao final de 2007 com movimento de R$ 550 bilhões na economia brasileira, contra R$530 bilhões no ano passado. Isso obrigará o empresariado a mudar o comportamento de venda e o consumidor a tomar cuidados com endividamento.

Em entrevista ao programa Em Conta – A Economia Que Você Entende, que estreou hoje (22) na Rádio Nacional da Amazônia e na Rádio Nacional de Brasília, o diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, creditou o desempenho desse ramo da economia ao fato de o poder aquisitivo da população de menor renda estar há vários anos crescendo acima da inflação.

O especialista citou ainda a facilidade de crédito como fator que tem contribuído para o crescimento do mercado voltado para baixa renda, porque o consumidor consegue prestações que caibam no bolso. “Nunca foi tão fácil parcelar as compras”, ressaltou. Meirelles destacou ainda a injeção de dinheiro na economia pelos beneficiários dos programas sociais de distribuição de renda, como o Bolsa Família.

Ele, no entanto, aconselha muita cautela por parte do novo comprador. Segundo Meirelles, é necessário fazer antes as contas “na ponta do lápis”, para saber a diferença do preço a prazo em relação ao preço a vista. Na avaliação de Meirelles, o consumidor que se comprometer com prestações durante um longo período precisa se certificar de que terá fonte de renda estável para pagar as parcelas.

“O consumidor pode até aceitar pagar 70% a mais a prazo do que a vista, desde que ache que produto vai fazer diferença na vida dele”, explicou. “Mas no caso de prestações muito longas, o consumidor tem que ter sempre uma garantia de rendimento, por exemplo, de que vai estar empregado até pagar completamente as parcelas.” Para o especialista, o ideal é que até 30% da renda familiar seja comprometida com prestações.

Em relação aos empréstimos com desconto em folha, Meirelles informa ainda que 80% dos aposentados, segundo pesquisas do Data Popular, usam o crédito consignado para trocar dívidas com taxas de juros elevadas, como cheque especial e cartão de crédito, por uma dívida com juros menores. “Se existe uma dívida que não é prioritária, o consignado é a melhor escolha”, conclui.

Segundo Meirelles, o aumento da participação do consumidor de baixa renda no mercado tem mudado a percepção dos empresários, que se revelam cada vez mais dispostos a parcelar mercadorias por prazos mais longos. Para ele, existe até uma mudança na cultura dos vendedores. “Os vendedores sempre aprenderam que só rico comprava, mas isso está se invertendo”, finaliza.

Com renda mensal de até R$ 3,5 mil, as classes C, D e E representam 87% da população brasileira. Elas detêm 71% do consumo e movimentam R$ 550 bilhões por ano, o que significa um mercado superior à Argentina e Chile juntos. Os dados estão na última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2006, de acordo com a pesquisa, os trabalhadores tiveram aumento de 7,2% nos rendimentos, passando a ganhar, em média, R$820 mensais. Os maiores ganhos foram observados no Nordeste, com 12,1%, seguido do Norte, com 7,1%.

O levantamento também apontou aumento no índice de domicílios com telefone (74,5%), televisão (93%), rádio (87,9%) e computadores (22,1%). Entre 2001 e 2006, a proporção de domicílios com computador praticamente dobrou.

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