A crise americana, que influi nos valores do dólar, parece não assustar os empresários brasileiros interessados em importar produtos. Prova disso é a procura significativa pela capacitação em ‘Sistemática de Importação’, que ocorre pela segunda vez em Cuiabá. Quarenta empresários de diversos segmentos e cidades de Mato Grosso participam das aulas, desenvolvidas ontem e hoje, na sede do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt).
Promovido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o curso visa apresentar conhecimentos gerais sobre o processo de importação, a partir de temas como despacho aduaneiro, trâmites burocráticos, documentação, entidades responsáveis, entre outros. Nesta segunda edição, a carga horária foi ampliada em oito horas, a pedido dos próprios participantes, que viram nas aulas uma oportunidade de tirar dúvidas específicas sobre o tema.
“A parte tributária recebeu uma atenção especial, pois é a que gera mais dúvidas”, explica a professora e consultora Romênia Rodrigues, da Aduaneiras – editora e centro de treinamento em comércio exterior. A entidade é parceira do CIN na realização do treinamento. “Trata-se de uma instituição reconhecida como referência nacional em informações sobre comércio exterior”, ressalta a coordenadora do CIN, Gabriela Fontes.
Outro diferencial é o foco no mercado chinês, alvo de uma missão empresarial que será realizada este outubro. “A China tem sido muito acionada por práticas desleais de comércio. Abordamos algumas particularidades desse mercado para alertar os empresários brasileiros”, explica Romênia. A professora recomenda que os compradores pesquisem os produtos de interesse antes de fecharem negócios, verificando se existe alguma legislação brasileira específica sobre o item.
As importações têm se tornado uma saída viável para o setor produtivo nacional. Máquinas e equipamentos de alta tecnologia, responsáveis pela atualização do parque fabril, são encontrados por preços “até três vezes inferiores aos cobrados no Brasil”, diz a coordenadora do CIN. Para ela, a grande procura pelo curso – que já apresenta uma lista de espera -, comprova a viabilidade econômica da atividade.
Mas a professora do curso ressalta que, mesmo diante de fatores positivos, os empresários ainda apresentam dúvidas quanto aos regimes aduaneiros especiais. “Questões como quem será o responsável pelo deslocamento e armazenamento das mercadorias, sobre cada etapa do processo de importação, ainda geram dúvidas entre os empresários. Por meio do curso, esperamos esclarecer estes assuntos”, afirma. A previsão do próximo curso na área de comércio exterior é para o dia 29 de outubro