A JBS Friboi não pretende encerrar ou suspender temporariamente suas atividades nas unidades de Colíder e Alta Floresta. Em nota enviada ao Só Notícias, classificou como “boatos” as informações sobre o fechamento dos frigoríficos. “Não procede. As pessoas que estão espalhando esse boato querem assustar a população, os colaboradores e os pecuaristas”. Segundo a assessoria da JBS, o gado que estava previsto para ser abatido na unidade de Matupá, desativada no início desta semana, será “distribuído em todas as unidades do Estado, incluindo Colíder e Alta Floresta”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Laticínios do Portal da Amazônia (Sintracal), José Evandro Navarro, informou ter recebido o mesmo posicionamento. Segundo ele, a diretoria da empresa explicou que fez investimentos acima de R$ 8 milhões nas duas plantas, somente este ano, grande parte em segurança e produção. “Por mais que a situação seja preocupante em todo o país, Colíder e Alta Floresta têm um rebanho capaz de suprir as demandas dos dois frigoríficos e das unidades da Frialto em Nova Canaã e Matupá. A diretoria não tem nenhuma pretensão de paralisar as atividades”, destacou.
De acordo com o presidente do sindicato, a principal cobrança do setor é para que o governo estadual reajuste as alíquotas do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), como forma de incentivo para as empresas que abatem no Estado. “Mais de 40 mil cabeças de gado foram vendidas aos estados vizinhos este ano. Um ajuste na alíquota do ICMS evita que boa parte destes animais vá para abate em outros estados”, afirmou José Evandro.
Conforme Só Notícias já informou, a previsão é que, com o fechamento da unidade de Matupá, cerca de R$ 300 mil deixem de ser injetados mensalmente na economia, principalmente de Peixoto de Azevedo (197 quilômetros de Sinop), onde moravam quase 80% dos trabalhadores. A JBS emitiu uma nota alegando que a unidade Matupá será temporariamente fechada em razão da baixa disponibilidade de matéria-prima em algumas regiões do país, o que tem provocado um sistemático aumento da ociosidade na indústria nacional. Pelos números da empresa, cerca de 200 colaboradores serão dispensados. A companhia disse ainda que pretende oferecer a todos a possibilidade de transferência para unidades em Mato Grosso ou de outros estados.
Representantes do sindicato e da JBS já se reuniram para discutir as medidas compensatórias para os funcionários que serão dispensados. A empresa se comprometeu a pagar três meses de cestas básicas e prometeu voltar a funcionar em breve.
Vários frigoríficos já foram fechados no Estado desde o início do ano, entre eles, uma unidade da Frialto em Sinop, onde mais de 500 trabalhadores foram demitidos.
No Mato Grosso, a JBS ainda mantém em operação 11 unidades.