O endividamento em Cuiabá atinge 70% das famílias, de acordo com levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio/SP). Ao fim de 2016, o nível de endividamento na Capital subiu 4 pontos percentuais, saindo de 66% no final de 2015. No ano passado, 125,558 mil famílias da Capital acumulavam contas, de acordo com os dados da 7ª edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras. O resultado coloca Cuiabá na 8ª posição do ranking nacional do endividamento. Na região Centro Oeste, a Capital fica atrás somente de Brasília/DF, que alcançou nível de 78%.
Ambas estão acima da média nacional, que registrou 57%. O levantamento, segundo a Fecomércio/SP, avalia os principais aspectos, dimensões e efeitos sobre as famílias da política de crédito no Brasil entre 2014 e 2016, período particularmente turbulento tanto no campo político quanto no econômico. A análise foi feita com base em informações do Banco Central do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Mesmo com a alta taxa percentual no total de famílias, as dívidas dos cuiabanos comprometia 29% da renda média, se mantendo abaixo do patamar considerado adequado para não sinalizar risco de elevação da inadimplência, que é de 30%.
As médias das demais capitais do Centro-Oeste ficaram acima da média nacional (de 30%), variando de 31% a 36%. Índice dos cuiabanos também é menor em relação às demais capitais da região, se firmando na média de R$ 1,323 mil por família. Somando todas as famílias de Cuiabá, os valores chegavam R$ 166,142 milhões.
De acordo com assessora econômica da Fecomércio/SP, Júlia Ximenes, no que se refere ao número de famílias com dívidas, Cuiabá caminhou na contramão do restante do país, que registrou queda no percentual. “Uma das primeiras variáveis a se observar é a taxa de endividamento nos últimos 3 anos. Em 2014 era de 67% e passou para 70%, Está um pouco diferente do resto do Brasil, que teve redução de 59% em 2014 para 57% em dezembro de 2016”, diz. “Ainda assim é importante ponderar que no país há capitais com taxa de endividamento maior, como Curitiba que chegou a 87%. E o endividamento necessariamente não significa ser negativo para as famílias. Somente quando há contas em atraso”.