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Eleições devem injetar R$ 1,8 bi na economia do país

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Até outubro, as eleições devem injetar R$ 1,81 bilhão na economia dos 5.564 municípios brasileiros. Só a indústria gráfica, este ano, deve faturar R$ 44 milhões aqui. Outro setores como agências de publicidade, profissionais de mídia, institutos de pesquisa, gráficas, luz e som, locação de veículos, entre outros, também têm motivos para comemorar o período.

Paulo Bahia, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concorda que a eleição desencadeia uma rede produtiva capaz de mobilizar empregos temporários e de fortalecer o orçamento das empresas. “A dinâmica dos setores de serviços e da indústria de mídia aumenta bastante no período”,­ resume.

Mas o exercício da liberdade de expressão, segundo Bahia, não pode ultrapassar os limites da consciência democrática e a nova legislação, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi crucial para controlar os arroubos de criatividade e o poder de persuasão dos candidatos. ­”A liberdade de expressão é fundamental para garantir um Estado democrático, entretanto, eleitores precisam estar atentos às propagandas enganosas”,­ adverte Bahia.

Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), Marcelo Néri, a democracia brasileira está amadurecendo e a população aprende a votar. ­”Votar é um exercício que se aprimora com o tempo. O truque da cesta básica já está ultrapassado. Foi substituído pelo cartão-bonificação, um método menos oportunista porque a assistência permanece depois das eleições”, diz Néri.

Com as novas regras, os candidatos precisaram criar estratégias de campanha mais criativas e comedidas. Estas determinações restringiram um pouco a atuação dos políticos, que hoje não podem, por exemplo, espalhar outdoors nem afixar cartazes em locais públicos.

Aumentou a cobrança e a fiscalização. Candidatos, agora, precisam abrir empresa. Todo o material gráfico deve incluir CNPJ ou CPF dos candidatos e dos responsáveis pela confecção do produto. Além disso, o TSE exige que os panfletos informem a tiragem.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Alfried Plöger, acredita que os gastos de campanha serão mais comedidos. Em uma estimativa mais otimista, Plöger aposta em um incremento de até R$ 400 milhões para a indústria gráfica brasileira no período. O Rio, segundo o presidente, deve responder por 11% desse montante. ­

“Nas eleições passadas, os candidatos podiam inventar de tudo. Eu já vi candidato distribuir santinhos de avião”, lembra. A lei que obriga a manter a cidade limpa também induziu os políticos a conter gastos. ­

“Antes, porém, era fácil encontrar pelas ruas banners, outdoors, santinhos, panfletos, além da distribuição descontrolada de lapiseiras, canetas, camisetas, agendas, blocos. Todo e qualquer tipo de brinde”, destaca Plöger.

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