O economista e um dos coordenadores técnicos do Centro de Informações Socioeconômicas (Cise), da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Udilmar Carlos Zabot, avaliou, em entrevista, ao Só Notícias, que o município sentiu menos os reflexos da crise econômica, no ano passado. “Nos últimos 12 meses, Sinop sentiu menos a crise que arruinou a economia brasileira. A economia local, não é tão pautada na questão industrial. Esta atividade foi a que mais sofreu com crise dos últimos dois anos [2014-2015]. Enquanto o Brasil demora um pouco mais para se recuperar nesta atividade, o município apresenta uma dinâmica econômica diferente. Não é que estamos em um patamar muito diferente. Ocorreu é que a nossa produtividade conseguiu um ajuste um pouco mais rápido do que as outras regiões do país, por exemplo”, disse.
Segundo Zabot, a agricultura foi o setor que mais contribuiu para essa desaceleração da crise e impacto na econômico local. “O setor conseguiu manter a produção e aquecer o comércio exterior. Sinop é muito pautada no agronegócio. É óbvio que acabou favorecendo. A renda do setor vêm direto para cidades produtoras. O setor não sofreu tanto com a crise e nós fomos privilegiados. Por isso, estamos conseguindo sair antes da crise e sentindo menos os efeitos dela. Houve esse conjunto de fatores que favoreceu nossa economia local”, opinou.
De acordo com o economista, houve menos demissões do setor agrícola e poucas oscilações negativas de pessoas desempregadas. “Tivemos uma queda muito pequena no desemprego. Além disso, não tivemos oscilações negativas no mercado de trabalho. Ou seja, também fomos favorecidos neste aspecto. A nossa inflação local nos últimos quatro anos têm uma dinâmica muito particular. Acreditamos que seja justamente o ajuste de preço local é menos maleável comprando com Rio de Janeiro e São Paulo. A inflação local apesar de ter ficado alta foi menor que em outros estados do país. O setor se ajuda mais rápido e não ocorrem tantos cortes de postos de trabalhos. Por exemplo, se tivéssemos indústria como fator principal da economia local teríamos muito mais desempregados. A inflação favoreceu o consumo e isso reflete no comércio local. Com isso, provoca menos demissões. Tivemos até mais contratações em alguns meses”, concluiu.