A fazenda São Sebastião, de propriedade do mato-grossense, José Carlos da Silva, morador de Juara (Nortão) e do arrendatário Sérgio Aparecido da Silva, localizada em Novo Progresso, no sudoeste do Pará, recebeu ontem 4 multas no valor de R$ 10 milhões lavradas pessoalmente pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Os crimes foram: desmatamento e criação ilegal de 4 mil cabeças gado dentro dos limites da Floresta Nacional de Jamanxim. O arrendatário terá um mês para retirar o rebanho do local, sob pena de ter o gado apreendido e juntado ao lote de “bois piratas”(criado em terras públicas).
As multas tiveram como causa os danos a unidade de conservação, desrespeitando embargo anterior, feito em agosto. Também: desmatamento irregular e queimada da floresta. O desmatamento ilegal alcançou 30 quilômetros dos 13 mil quilômetros quadrados da Floresta Nacional. O local é um dos 15 que serão oferecidas à exploração sustentável por meio de licitação em 2009.
Minc decretou ainda o embargo da propriedade proibindo qualquer atividade a partir de agora. O ministro e os fiscais chegaram no momento em que fogo destruía a mata. O fogo posto na fazenda vizinha, onde os agentes não encontraram nenhum responsável, ficou incontrolável e avançou sobre a São Sebastião, provocando grande incêndio nos pastos e na mata.
Os dois, proprietário e arrendatário, têm 30 dias para recorrer. Se não ganharem, tudo o que foi apreendido pode ser imediatamente leiloado. E, como o imóvel é irregular, dificilmente eles conseguirão reverter as punições.
Levantamento do Ibama mostrou que a área devastada no imóvel foi de 3 mil hectares. Isso gerou uma visão que o ministro Minc qualificou de “chocante, que provoca vontade de chorar”. Um sobrevôo sobre a fazenda mostrou um cenário desolador