O dólar caiu mais de 1 por cento nesta terça-feira, acompanhando o alívio nos mercados internacionais com os últimos resultados corporativos, e voltou a fechar abaixo de 1,80 real.
A moeda norte-americana terminou o dia cotada a 1,798 real, com queda de 1,10 por cento. A última vez em que o dólar esteve abaixo de 1,80 real foi na quinta-feira, quando a divisa fechou no menor nível desde agosto de 2000.
A surpresa positiva com o lucro trimestral da Apple , empresa de tecnologia que fabrica o iPod e o iPhone, diminuiu o pessimismo do mercado em relação ao comportamento dos consumidores norte-americanos.
O temor, após alertas e resultados fracos de outras empresas, era de que a crise imobiliária e pressões inflacionárias tirassem o fôlego do consumo e desacelerassem a economia norte-americana.
A notícia diminuiu a aversão a risco no exterior e favoreceu a queda do dólar no país ao longo do dia. O risco Brasil, medido pelo JP Morgan, tinha baixa de 4 pontos-básicos durante a tarde, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia mais de 2 por cento.
Mesmo assim, a recente volatilidade do mercado manteve a cautela entre os agentes. Na sessão anterior, por exemplo, o dólar havia registrado alta de mais de 2 por cento antes de ceder e fechar com avanço moderado.
“Por conta desses sobressaltos que têm ocorrido –em função da divulgação do (resultado de) uma série de empresas e bancos lá fora– os bancos não têm se sentido confortáveis em ficar vendidos (em dólar) abaixo de 1,80 (real)”, disse Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action.
Quando um agente assume posição vendida em dólar, ele aposta na desvalorização da moeda norte-americana.
O Banco Central marcou presença no mercado à vista e promoveu um leilão de compra de dólares por volta de 12h30. A operação, porém, não surtiu efeito sobre a taxa de câmbio.
A autoridade monetária definiu taxa de corte a 1,7963 real e aceitou, segundo operadores, pelo menos quatro propostas.