O dólar completou oito dias de alta nesta sexta-feira e avançou 1,65%, superando o nível de R$ 2,30, impulsionado pelas atuações constantes do Banco Central no mercado.
A divisa norte-americana terminou o dia a R$ 2,337 – a maior cotação de fechamento desde 5 de setembro. Nas oito sessões, a moeda acumulou avanço de 7,35%.
Na máxima do dia, o dólar chegou a subir 2,17%, para R$ 2,349.
“É o movimento de compra forte pelo BC (nos últimos meses) e a falta de fluxo cambial, essas duas coisas dão essa tendência de alta”, explicou Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper.
Nesta sessão, o BC vendeu 10.500 contratos de swap cambial reverso, de uma oferta máxima de 12.500, em uma operação equivalente a US$ 504,3 milhões. Foi o quinto leilão desse tipo na semana.
Knauer explicou ainda que a chegada do fim do ano diminui o volume de ingressos de dólares e isso contribui para que a moeda norte-americana registre avanços mais acentuados.
“Sazonalmente é um período de menos contratos de ingressos de dólar… os exportadores não entram para fechar câmbio, normalmente é mais nos primeiros 10 dias (de dezembro)”, disse o gerente.
O gerente de câmbio da corretora Liquidez, Francisco Carvalho, destacou, porém, que o dólar já pode estar num patamar considerado confortável pelo Banco Central depois de todos os ajustes.
“Já pode ter vindo o momento de o BC dar uma segurada nos swaps, ou comprar menos (dólares), acho que já teve a correção que ele queria”, afirmou Carvalho.
O BC também promoveu nesta tarde o 50º leilão de compra de dólares no mercado à vista desde a retomada dessa operação em outubro. A taxa de corte definida pela autoridade monetária foi de R$ 2,337.
O mercado, no entanto, não tinha certeza se o Banco Central comprou dólares de fato. Operadores disseram que nenhum dealer ofereceu dólares na taxa definida pelo BC.
Knauer, do Prosper, explicou que algumas vezes os bancos fazem mais de uma proposta que nem sempre é divulgada para o mercado e que o BC pode ter aceito alguma delas.
“Antigamente ele vinha e comprava de 20 (dealers), agora compra de um ou dois, não é de hoje que ele vem comprando de menos bancos e pode estar comprando um volume menor”, disse o gerente.