O dólar subiu 1,43% e fechou a R$ 2,20 nesta quarta-feira, impulsionado pela deterioração dos mercados externos com as preocupações geopolíticas envolvendo a Coréia do Norte.
O avanço da moeda norte-americana acabou afastando o Banco Central do mercado, que não realizou leilão de compra de dólares nesta sessão.
Segundo o operador de câmbio de um banco nacional, algumas tesourarias forçaram o dólar para cima à tarde, apostando que o BC faria um leilão depois de ter retomado essa operação na segunda-feira.
A preocupação com os testes de mísseis da Coréia do Norte e a conseqüente reprovação internacional abateram os mercados em geral. As bolsas norte-americanas, asiáticas e européias, e a Bolsa de Valores de São Paulo registraram perdas.
A escalada dos preços internacionais do petróleo por conta da forte demanda norte-americana e das tensões contínuas com o programa nuclear do Irã também reforçou o pessimismo de investidores. Em Nova York, a commodity superou US$ 75 por barril.
“É reflexo lá de fora por causa da crise com a Coréia do Norte, petróleo atingiu novo recorde, os metais de um modo geral tiveram um nível expressivo de alta e isso acaba refletindo nos emergentes”, resumiu Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez.
Voss destacou que, mesmo que não houvesse a tensão externa com a Coréia do Norte, já havia perspectiva de alta do dólar pela volta das atuações do BC e com as medidas esperadas para o câmbio.
Entre as mudanças estudadas pelo governo para beneficiar os exportadores, está a permissão para que nem todos os recursos das vendas externas tenham que ser internalizados.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na terça-feira que novas medidas cambiais podem ser anunciadas em até 10 dias.