O dólar comercial fechou hoje em alta de 2,05%, cotado a R$ 3,563 na venda, após duas quedas seguidas. Na véspera, o dólar havia caído 0,36%. Na semana, a moeda acumula alta de 1,12%; no mês, o avanço é de 3,57%. Já no ano, o dólar tem desvalorização acumulada de 9,75%.
O Banco Central atuou no mercado para conter a queda do dólar. O BC vendeu a oferta total de até 20 mil swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares. O BC não fazia leilões desse tipo desde quinta-feira passada (12).
Cotações mais fracas tendem a prejudicar a atividade de exportadores ao encarecer produtos brasileiros. Por outro lado, o dólar forte pode pesar sobre a inflação local.
No cenário local, operadores adotavam cautela enquanto aguardavam anúncio de medidas econômicas concretas pelo governo do presidente interino Michel Temer.
O mercado reagiu bem à indicação da equipe econômica, na véspera, incluindo o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn.
No cenário externo, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, sinalizou a possibilidade de aumento de juros em junho.
"O Fed parece ter feito um esforço ativo para corrigir o pessimismo do mercado, que esperava uma trajetória muito suave (de altas de juros)", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à agência de notícias Reuters.
Segundo a ata divulgada nesta tarde, o Fed deve elevar os juros em junho se os dados indicarem crescimento econômico mais forte no segundo trimestre, bem como alta da inflação e melhora no emprego.
Altas de juros nos EUA podem atrair para lá capitais atualmente aplicados em mercados mais arriscados e que pagam juros mais altos, como o Brasil. Com menos dólares por aqui, a tendência é de a moeda ficar mais cara.