O último pregão do ano foi de poucos negócios no câmbio, mas ajudou a acentuar a curva de declínio do dólar em 2006, o quarto ano consecutivo de desvalorização.
A moeda norte-americana encerrou o ano com baixa acumulada de 8,13 por cento, a 2,136 reais. No mês, a queda foi de 1,39 por cento, enquanto nesta quinta-feira a moeda cedeu 0,47 por cento.
O baixo nível do risco-país e o bom desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos dias têm favorecido a apreciação do real. O risco está na mínima histórica, em 191 pontos-básicos, enquanto a bolsa supera os 44 mil pontos.
“Está todo mundo otimista”, resumiu Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
Segundo ela, o movimento no câmbio foi fraco durante o dia e o mercado acompanhou os indicadores positivos da economia norte-americana.
A confiança do consumidor dos EUA melhorou em dezembro, assim como a atividade empresarial no Meio-Oeste do país. A venda de moradias existentes também avançou em novembro.
Mesmo com liquidez reduzida, o Banco Central fez leilão de compra de dólares no mercado à vista nesta quinta-feira e aceitou três propostas, com corte a 2,136 reais. A operação serve para reforçar as reservas internacionais, que fecham o ano acima dos 85 bilhões de dólares.
Ao longo de 2006, ingressos de recursos por meio de exportações ajudaram a guiar o declínio do dólar, embora o BC tenha seguido firme nas compras de moeda. O cenário externo mais tranqüilo e favorável a emergentes também colaborou para a depreciação da moeda norte-americana.
Em quatro anos consecutivos de declínio, a moeda norte-americana acumulou queda de 39,75 por cento.