A terça-feira foi de pouca oscilação no mercado de câmbio e alguns ajustes de posição fizeram o dólar encerrar com discreta alta. Após cair a R$ 1,935 na mínima do dia, logo na abertura, a moeda norte-americana fechou a R$ 1,944, com alta de 0,21%.
“O mercado à vista está fraco… quando os volumes são pequenos, qualquer remanejamento de posição causa um impacto no mercado”, afirmou Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, antes do leilão de compra do Banco Central.
“O movimento de hoje, essa oscilação de 0,50% no dia (entre mínima e máxima), não representa uma tendência.”
Segundo o operador de uma corretora nacional, que não quis ser identificado, perto do fechamento o volume de negócios registrados era de cerca de US$ 4 bilhões, mas a maior parte era de operações conjuntas com o mercado futuro. “No (mercado) à vista foi parado”, disse.
O Banco Central realizou leilão de compra de dólares à tarde e aceitou entre 10 e 12 propostas, de acordo com operadores.
A agenda econômica do dia foi fraca, o que também colaborou para a menor oscilação no câmbio. Embora algumas tesourarias tenham ajustado posições, analistas ponderaram que a tendência ainda é de queda do dólar.
“Está entrando muito dinheiro no País com a taxa de juro alta, e o câmbio pode ir a R$ 1,80l”, avaliou Rodrigo Bresser-Pereira, sócio-diretor da Bresser Asset Management.
“A taxa de juro que a gente tem no mercado está muito alta comparada ao risco do Brasil, se o BC não tomar medidas para acelerar a convergência do juro para o risco, o dólar vai continuar em queda… e fechar o ano a R$ 1,90”, completou.
O mercado já está apostando em um corte maior da taxa básica de juro na reunião de junho. A pesquisa semanal do Banco Central, divulgada na véspera, mostrou que o mercado prevê uma redução de 0,50 ponto percentual da Selic, para 12,0% ao ano.