Após operar a manhã toda acima de R$ 2,20, o dólar encerrou a quarta-feira em baixa, derrubado pela avaliação de que as mudanças na legislação cambial anunciadas pelo governo não terão impacto significativo sobre o fluxo de recursos para o País.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou nesta tarde medidas para desonerar as exportações, ao permitir que as exportadoras possam manter no exterior até 30% das receitas com as vendas externas. Os recursos que ficarem no exterior estarão isentos de CPMF.
Na primeira etapa dos negócios, a expectativa pelas novas medidas fez o dólar se sustentar acima de R$ 2,20. Mas a moeda norte-americana acabou fechando a sessão em queda de 0,54%, a R$ 2,191.
Para o responsável pela área de câmbio no banco ING, Alexandre Vasarhelyi, “as medidas foram bem mais tímidas do que se esperava” e não devem mudar a trajetória de queda do dólar.
De acordo com analistas, a permissão para exportadores manterem parte de suas receitas no exterior não deve afetar muito o fluxo de entrada de dólares no País porque os juros brasileiros continuam sendo atrativos.
O economista-chefe da corretora Liquidez, Marcelo Voss, considerou o anúncio “decepcionante”. E, segundo ele, os diversos adiamentos do anúncio das medidas estavam contribuindo para o avanço do dólar nos últimos dias.
Analistas disseram ainda que o fato de as medidas modernizarem o comércio exterior brasileiro também contribuiu para o movimento do mercado.
O Banco Central voltou a comprar divisas em leilão nesta tarde, e aceitou 14 propostas, com taxa de corte a R$ 2,194.