O dólar comercial encerrou em queda nesta terça-feira, refletindo a melhora no mercado acionário e a perspectiva de continuidade dos ingressos de recursos no país.
A divisa norte-americana terminou o dia a R$ 2,131, com declínio de 0,23%.
“A Bolsa acabou melhorando um pouco e aí o pessoal vende um pouco de dólar e vai para a Bolsa”, comentou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
A Bolsa de Valores de São Paulo operava em alta à tarde, ajudada pelo aumento nos preços internacionais de petróleo, que impulsionavam as ações da Petrobras .
Os mercados estão na expectativa pelo resultado da reunião do Federal Reserve, na quarta-feira. O BC norte-americano deve manter o juro em 5,25% ao ano, e os analistas esperam que o comunicado dê sinais sobre o futuro da política monetária.
Enquanto aguardam o Fed, os investidores monitoram os mercados externos e dados sobre os EUA que podem sinalizar passos futuros do BC norte-americano, explicou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
“No geral, o mercado está parado, pouco volume de negócios no mercado à vista, um pouco mais na BM&F por causa de formação de Ptax, sempre na véspera o pessoal dá o tom”, explicou a diretora.
“Como o clima está favorável, perspectiva boa para ingressos, os vendidos estão com mais força.”
Na quarta-feira, acontece a tradicional disputa para formação da última Ptax (taxa média do dólar) do mês, que serve de base para liquidação dos contratos de dólar futuro.
A um dia do fim de janeiro, o dólar acumula recuo de apenas 0,23% no mês, mesmo com o contínuo ingresso de recursos no mercado. Segundo Miriam Tavares, isso acontece porque, na ponta contrária, o Banco Central segue firme com os leilões de compra de dólares.
Na operação desta terça, o BC aceitou ao menos uma proposta, com corte a R$ 2,129. As reservas internacionais já superaram os 90 bilhões de dólares, em seu maior nível histórico.