O cenário externo mostrou-se favorável um dia antes da decisão do Federal Reserve sobre o juro norte-americano e permitiu que o dólar fechasse em queda de 0,72% nesta quarta-feira, a R$ 2,221.
A melhora na classificação de risco do Brasil pela Fitch Ratings também reforçou o otimismo do mercado brasileiro, mas a cautela ainda pairou sobre os investidores, reduzindo o volume de negócios.
“O mercado está volátil, todo mundo olhando o que vai acontecer com a taxa de juro nos Estados Unidos amanhã”, resumiu João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora.
O diretor explicou que o mercado já precificou uma elevação de 0,25 ponto percentual na taxa, mas lembrou que alguns investidores não descartam um ajuste de 0,50 ponto – o que, se for confirmado, pode trazer mais nervosismo.
“Aqui nós continuamos com forte volume de reservas, o superávit (comercial) permanece. Vamos depender do que vai acontecer lá fora”, acrescentou o diretor.
O Fed anuncia sua decisão sobre o juro na quinta-feira à tarde, e a principal expectativa é sobre o comunicado que o BC norte-americano divulga depois da reunião, que pode dar sinais sobre movimentos futuros.
Caso o comunicado não aponte uma tendência firme para o juro como o da reunião de maio, as incertezas e turbulências do mercado devem continuar, afirmaram analistas.
No campo externo, as bolsas de valores norte-americanas operavam em alta nesta tarde, enquanto o risco-Brasil recuava 10 pontos, a 258 pontos-básicos sobre os Treasuries.
O dólar registrava leve avanço frente a outras moedas, com apostas de que o juro nos EUA poderá subir além do esperado nesta quinta-feira.
A Fitch elevou a classificação de dívida soberana do Brasil de longo prazo em moeda estrangeira para “BB”, frente à nota anterior de “BB-“.